sábado, setembro 08, 2007

VIAGENS...

Enquanto penso
invento
ao sabor do vento
do circulador de ar
um jeito novo
de inflar uma visão de ti.

Um par de sapatos de pés trocados
e meias amarfanhadas
não me levarão a ti
a não ser pelos caminhos
tortuosos da trôpega
caminhada do não ser.

Nem tampouco a
calça do terno novo
que pendurada na boca do cofre -
só se fosse mágica -
me transportaria
pelo túnel do tempo
do te encontrar.

Quem sabe a gaveta
do criado-mudo, se aberta,
poderia abrigar
meu corpanzil.
Mas ainda assim,
neste desenho animado,
os mistérios se desfariam
no abri-la.

Volto ao vento.
E tento
de novo circular
com o ar que a mim chega.
O vento pode.
Porque seu frescor
em meu corpo seminu
aguça a imaginação
de ti a me tocar.

Laranjais, RJ, 23/04/2000 (07h13m)

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