quinta-feira, junho 29, 2017

ATEAR SONHOS

Podemos atear sonhos
às mentes das ovelhas
fazê-las esquecer o pasto
grama por grama
e viajar montanhas
altiplanos espirituais
onde as nuvens próximas
são desafios de Deus
mas não podemos esquecer
que o peso da experiência
não pode ser sonhado
tem que ser experimentado
corpo a corpo
palmo a palmo
deste novo céu
que Deus originou
em nosso imo

Josué Ebenézer São Fidélis,
05/06/2017 (09h55min).

NA IGREJA…

Na igreja subtrai-se
a capa do pecado
e acontece o brilho.

No culto contempla-se
o véu rasgado
e a glória do Filho.

No louvor afirma-se
o ser libertado
não mais andarilho.

Na oração encontra-se
o Deus revelado
e nenhum empecilho.

Josué Ebenézer Nova Friburgo,
13/06/2017 (09h27min).

SAIU A SEMEAR…

(“...saiu a semear” – Mt 13.3b).

A semeadura é um movimento.
É preciso se mexer,
sair do ostracismo,
deixar a zona de conforto,
encarar o próprio Mar Morto
em busca de alguma vida.

A semeadura é um ato de fé.
É depositar a confiança
de que a viva esperança
que habita o coração;
fará brotar do solo sépia
o verde que revigora
e revitaliza o terreiro
com as folhas da plantação.

Mas a semeadura só acontece
quando o trabalhador
imbuído de propósitos
sonha com seus depósitos
cheios de realização.
Celeiros abarrotados
à partir de semente
que sequer se vê
escondida sob a terra
cuja esperança que encerra
um dia vai florescer.

A semeadura como movimento
conclama a ingente ação
há que existir esforços
investimentos seguros
visando à colheita.
É movimento que acontece
primeiro de dentro pra fora
dos sentimentos, da vontade,
que logo no ser aflora.

O semeador tem que sair
de seu medo, resistência,
de seu avesso ao novo,
pois não haverá renovo
se não houver paciência.
O plantio é investimento
de quem vence a tentação
dos longos braços cruzados.

É movimento pra dentro
da terra que se oferece
como útero da Natureza
pra receber a semente.
E assim renova a beleza
quando germina e cresce
e faz-se bela promessa
derrotando a incerteza.

Só colhe bênção madura
dessa lavoura abundante
o que que se faz constante
na arte da semeadura.
É preciso semear com amor
ter o sonho da colheita
encontrar a terra boa
e esperar no Senhor.

Josué Ebenézer Nova Friburgo,
30/05/2017 (05h55min).

EIS QUE O SEMEADOR…

(“Eis que o semeador...” – Mt 13.3b).

Na parábola de Jesus
há um semeador...
Um semeador de prontidão!

“Eis que...”
Jesus inicia sua parábola
indicando que algo
está por acontecer.

O semeador existe
está ao alcance do olhar –
e à partir de suas ações
algo vai se revelar.

Não há colheita
se não há semeadura.
Não há semeadura
se não há semeador.
Não há colheita boa
se não se semeia com amor.

“Como crerão
se não há quem pregue?”
indagou o profeta.

Anunciar é nossa meta
e o semeador de Deus
segue feliz esta seta
que indica os solos.

Cada crente
olhando os solos
dos corações inquietos
deve esquecer desafetos,
não importar-se com calos
e, imbuído de amor,
tornar-se um semeador.

O semeador
é um agente de Deus
para transformação
de inférteis vidas
em terrenos
ricos de esperança.

Cada semeador,
com vera confiança,
deve abraçar o desafio
de provocar mudança
em almas que sequiosas
se rendem ao seu plantio.

Diante do chamado de Deus
para vida que amor fomenta
constata-se aos olhos seus
que o semeador se apresenta.

Josué Ebenézer Nova Friburgo,
26/05/2017 (04h23min).

COMO FALAR

(“por parábolas” – Mt 13.3a).

Há crentes que se preocupam
com o que falar aos outros.
Há aqueles que se desculpam
dizendo ter língua pesada.
Mas, estes não aprenderam
a lição que veio do Cristo?
“Não vos preocupeis em achar
será dado pelo Espírito
tudo o que convém falar!”

É preciso vencer as barreiras
impeditivas ao testemunhar
e transpor logo as fronteiras
de um novo jeito de amar.
Ama ao próximo o que fala
da grande salvação em Jesus.
O que anuncia e não se cala
acerca do sacrifício da cruz.

Jesus falou por parábolas.
Era mais ou menos assim:
usando simples metáforas
de coisas tão campesinas
e do seu sangue carmesim.
Os judeus vendo tais sinas
em que estavam metidos
se fizeram arrependidos.

Com o que o Mestre falava
extraído do seu cotidiano
o povo logo se identificava
e percebia um divino plano.
É que ele plantava nos corações
sementes, mais que palavras.
Pra tirar das pessoas as ilusões
e para o Bem, remover as travas.

Jesus pinçava do dia a dia
situações conhecidas dos judeus
mas o que ele bem queria
era mostrar o Reino de Deus.
Podemos falar como quisermos
até por parábolas ou não
seremos ouvidos se tivermos
palavras vindas do coração.

Mas se o método de Jesus
foi de tão grande sucesso
por quê não pinçar do povo
os temas da abordagem?
Viva a vida de sua gente
sinta de perto os anseios
sentirá o que ela sente
e evitará devaneios.

Fale da vida e sofrimento
fale até de futebol;
sinta o peso do momento
e proponha arrebol.
O nascer de um novo dia
para o que aflito está
nesta santa Utopia
do Reino a se instalar.

Cada coração deve crer
do jeito que Deus tocar.
Fale de samba e de sonho,
mas afaste temor medonho
que habita corações ateus.
Deixe o indivíduo perceber
nas mazelas do dia a dia
a esperança florescer!

Use o que a pessoa gosta,
deixe-a se identificar.
Pegue gancho na resposta
é preciso conquistar!
A existência é parábola
e se a vida imita a arte
faça então a sua parte
a prédica a vida imita.

Josué Ebenézer Nova Friburgo,
20/05/2017 (06h15min).

O QUE FALAR

(“E falou-lhe de muitas coisas...” – Mt 13.3a).

O cristão fala com a vida;
fala também por palavras.
Fala com a sua história
e pela bela trajetória
que percorreu no mundo.
Sua fala é narrativa
que de dentro o motiva
a um sentido profundo.

Não há restrição de conteúdo
quando a mente é de Cristo
e domina o novo ser
no transbordar de sua fé.
O cristão dá testemunho
e faz da vida um relato
traçando o próprio retrato
que tem a Bíblia em punho.

Cristão não tem língua dobre,
não fica em más companhias,
mas busca as tais alegrias
de quem se afastou do mal.
Assim é a vida do cristão:
não vive só de aparência.
O sim é sim; o não é não:
vida com ordem e decência.

Jesus falou de muitas coisas
as quais não sabemos mais.
Só sabemos que suas falas
aos corações propôs paz.
Falemos também deste muito
que a vida já nos legou.
Falemos do que se fez novo
e do que o Vento levou.

Contemos as experiências
com o Deus da nossa fé.
Das mudanças e vivências
com o Jesus de Nazaré.
Mas falemos com prontidão,
pois há urgência na fala.
E falemos com precisão
do amor que nos embala.

A tempo e fora de tempo.
Cria o próprio tempo aquele
que sabe que urge o falar.
Todas as falas do crente
têm a marca do intencional.
São falas que levam o amar
de Deus para toda gente:
relacionamento espiritual.

Josué Ebenézer Nova Friburgo,
19/05/2017 (04h55min).

quarta-feira, junho 28, 2017

E, DEPOIS, A FALA!

(“E falou-lhe...” – Mt 13.3a).

Há que se apresentar
ao mundo como somos.
Há que se projetar
não como Nicodemos.
A noite esconde a vida,
revela os nossos medos.
Com Cristo não há segredos.

É preciso compromisso,
assumir tão logo a fé.
Não deixe quem você é
nublar seu testemunho.
Por causa de riquezas
uns saíram do Caminho.
Também posição social
foi motivo pra encobrir
o desejo espiritual
que estava a surgir.

Encontre o seu lugar
e seu jeito de servir.
Não deixe alguém partir
e chegar no Juízo Final
com este discurso previsto:
“Não me falaram de Cristo!

Então, fale!
Depois que te viram por aí;
que sua presença encantou;
que buscou ser bom aluno;
empregado exemplar;
patrão honesto e bondoso;
mãe dedicada no lar.

Depois que o seu caráter
exalou o perfume de Cristo
e que a sua conduta
causou boa impressão...
Então, fale do que motiva;
a sua vida de cristão.

Jesus falou, não escreveu
apenas a areia da praia
foi testemunha ocular
de algum escrito seu.
Mas, falou como ninguém.
Falou pra solitários
e pra multidões silentes
sua fala transformou
corações ateus em crentes.

Há tempo pra todas as coisas.
Há tempo de ficar calado,
ser apenas observado
na indagação do ser.
Mas, há tempo de falar.
O discípulo é testemunha
da salvação que propunha
aquela cruz do Calvário.

No tempo de aquietar, não fale!
No tempo de falar, não cale!

Josué Ebenézer Nova Friburgo,
13/05/2017 (05h45min).

PRIMEIRO A PRESENÇA

(“estava assentado” – Mt 13.1b).

É preciso te posicionar,
conquistar o teu espaço,
dizer a que veio,
mostrar serviço
e respirar o mesmo ar do povo.

Saia de casa, do teu casulo,
dessa zona de conforto
onde a fuga é previsível.
Dá trabalho ser influente.
Testemunhar de Cristo, então?!

É preferível o anonimato
de uma vida inconsequente
pálida, tímida, sem luz?
Por que dizer “não” pra vida,
pro relacionamento discipulador
se quem te chamou foi Jesus?

Sofre quem não responde com “sim”
ao chamado do amor.
Como o pequeno Samuel
diga: – “Eis-me aqui, Senhor!”

Saia de casa agora
encontre já o teu lugar.
Fique em pé na esquina
ou transitando nas ruas
deixe-te avistar assentado
na praça de qualquer cidade.
Mas, coloque-te disponível,
pois o Deus do impossível
fala até por Balaão.
Fala por mula ou por urso:
a criação ao seu concurso
responde com submissão.

Jesus saiu de casa
e lá fora se assentou.
Ele ficou visível,
desta forma disponível,
e o povo se aproximou.
Faça da tua presença
seja em qualquer lugar
amostra do teu caráter
para alguém se aproximar.

Se te colocares disponível
hão de lembrar de quem és.
Do brilho do teu caráter,
do aveludado da voz.
Hão de rever os conceitos
que encorajaram aos sonhos;
que aquentaram as almas;
que encaminharam futuros.

Em corações, quebre muros:
erga catedrais de fé!
Estabeleça pontes infindas
que liguem vidas a Deus.
Primeiro te faças presente;
a ausência é fuga vil.
Não te tornes um alienado
só quem é visto, é lembrado.
Apresente-te para o Mestre
que ele te levará do agreste
aos campos brancos pra ceifa.

Josué Ebenézer Nova Friburgo,
12/05/2017 (06h08min).

UM QUASE ÊXTASE

(“e toda a multidão estava em pé na praia” – Mt 13.2c).

O que se abre para o novo
e se deixa envolver no conteúdo
mergulha na experiência fantástica
do mundo que se origina no sonho.
Mas só alcança tal resultado
aquele que, detentor da visão,
não a esconde por medo:
coloca-a à serviço do povo.

Vá cantar, minha’lma.
Canta alegre ao Senhor.
Rende-lhe sempre,
sublime louvor.
Seja em pé na praia
(no meio da multidão)
seja pedestre solitária
(nas ruas das cidades)
em constante adoração.

Desenterre seus talentos
eles são do Senhor.
Reverencie o seu Mestre
ouça-lhe a instrução.
Aquele que se abre pro sonho
não se cansa de jeito algum.
Quando a alma é alimentada
o corpo não sente cansaço,
o alívio abre espaço
nesta vida restaurada.

Sonhe junto com o Mestre,
envolva-se em suas parábolas,
viaje nos seus pensamentos
e descubra inconteste
o sentido da visão.
Só alcança resposta desejada,
na realização do impossível,
quem pensa com o coração.

Josué Ebenézer Nova Friburgo,
12/05/2017 (05h49min).

A POSIÇÃO CORRETA

(“se assentou” – Mt 13.2b).

Alguém já disse, “orar só de joelhos”.
“Onde já se viu orar de outro jeito?”
Andando, pelas ruas, por exemplo
ou deitado em sua cama em casa.
Seria esta uma oração-kamikaze?
Oração suicida, que ataca o problema
mas causa, também, a própria morte?
A morte não é solução pra nada;
muito menos pros motivos duma oração.

A posição correta não é a do corpo
seja ajoelhado, no gesto da contrição
ou sentado no templo ou em casa
estimulado pelos sons da adoração.
A posição correta é a da alma
que, de Deus traz a vida reflexa.
O que traz paz de espírito e calma
é apresentar a alma genuflexa.

Pois, para a pregação não é diferente
não se prega apenas atrás de um púlpito
de acrílico, mármore ou madeira.
Não se prega com o paletó e a gravata,
nem com mídia, oratória e data show.
Se prega até num barco à beira-mar;
se prega na praia, trabalho ou no lar;
se prega em pé ou sentado num barquinho;
se prega parado ou andando no caminho.

Porque se prega mesmo é com a vida;
se prega com o testemunho do Deus vivo,
que um dia habitou pleno o coração;
se prega com a voz, rosto, corpo todo.
A multidão vê um minúsculo homem
assentando num barquinho oscilante
mas ouve uma poderosa voz ecoando
de onde reina a paz em seu semblante.
É um novo jeito de amar ao próximo.

Que cada cristão nessa pátria Brasil
assuma o compromisso sem igual
da leveza de vidas que refletem
o caráter do Cristo Salvador.
Que o povo de Deus não seja fóssil
se faça alternativa para o mal
em vidas que para a cruz remetem
esta expressão maior do Deus de amor.

Josué Ebenézer Nova Friburgo,
07/05/2017 (07h27min).

O MELHOR LUGAR

(“entrando num barco” – Mt 13.2b).

O melhor lugar para pregar,
para testemunhar, de Deus falar;
o melhor lugar pode não ser
o que praticamos sempre.
O melhor lugar pra comunhão,
pra relacionamento discipulador;
o melhor lugar para expressão
pode ser música ainda a compor.

Pode ser o púlpito num templo,
junto às carteiras de sala-de-aula,
no sofá de uma casa amiga
ou na mesa do restaurante.
Pode ser no pátio de uma escola,
nos rústicos bancos da praça
e, até, em barquinho à beira-mar
como falou Jesus, de si, da Graça!

Não é o silêncio de uma Catedral
o que importa é estar falando
ou o vento que sopra à beira-mar
importa, sim, é já estar amando.
Que cada um ache os seus lugares
de atração pra Deus, bem natural
onde um ou mais deixe pesares
tornando-se novo ser, espiritual.

Josué Ebenézer Nova Friburgo,
06/05/2017 (05h18min).