quinta-feira, novembro 19, 2009

EMILLY


De ver-te andar pela casa
Pequena, linda e charmosa
Senti que a vida tem graça
E não está só na praça,
No perfume de cada rosa,
Pelas frutas do pomar,
Ou nas árvores do jardim...
Está no sorriso de criança,
Em seu andar algo tímido,
Em seus olhos cor de mar.

Tu és presente de Deus,
A vida em renovação.
Semente lançada na terra,
Novo ser em floração.
Universo abrindo-se alegre,
Estrela de constelação,
Esmeralda cintilante.
Ligeirinha como a lebre,
A vida que segue adiante.

Emilly, tu és preciosa
Jóia rara, um bibelô.
Graciosa como a manhã
A esperança e o amor.
Seu jeitinho é benfazejo,
Sua graça, dom de Deus.
Que cada semente plantada
Pela família que te acolheu
Faça-te serva aprovada.

Portela, 15 de Novembro de 2009. (19h15min).

quarta-feira, março 25, 2009

O CORDÃO DE TRÊS DOBRAS

(Eclesiastes 4.9-12)

Bem melhor é serem dois que estar só
O trabalho em parceria lucra bem mais.
O solitário, se cair, quem terá dó?
Em companhia é possível suplantar “ais”.

Além disso, quem tem alguém, tem o calor
Na noite fria, ao dormir, pra se aquentar.
O companheiro, ao ser alvo de um favor
Sentirá o toque da graça do amar.

Quão bom é ser casal e caminhar junto
Sonhar alto, olhar numa só direção
Vencer inimigos, ter Deus como assunto.

Como cordão de três dobras, a união
De quem tem Deus na vida e casamento
É feliz, duradoura, não de momento.

Nova Friburgo, 25 de Janeiro de 2009. (14h08min).

“WE SHALL OVERCAME”

Cada par de pés que chegava
Naquela antiga esplanada
Outrora mercado de escravos
Consigo também carregava
No silêncio de cada passada
A dor do ferro e dos cravos
O corpo e a mente dos sonhos
Do imaginário da raça
Em tais pesadelos medonhos
Suportados só pela Graça!

Uma mensagem emblemática
Do povo ali reunido
Que chegou bem de mansinho
Ao mundo se fez enfática:
“Pra sempre será banido
Da escravidão, seu espinho.”
E não é troça feérica,
Pois neste vinte de janeiro
Tomou posse o primeiro
Presidente negro d’América.

O mundo se fez reverente,
Pois a história de Obama
É a história de muita gente.
É o conto de quem foi à lona,
Mas deu a volta por cima;
Daqueles largados na lama
Que escreveram com o sangue,
Com lágrimas e com suor
O poema de libertação
Que agora entoam de cor.

A convergência do mundo
Para Washington, DC
É a poesia dos fracos,
Negros, pobres, oprimidos,
De qualquer terra ou nação.
É o canto mais profundo
De quem já caiu em si
Já armou seus barracos,
Mas pra paz só tem ouvidos
E segue com sua canção.

Não começou com Obama
E nem com ele termina,
Pois ainda existe Osama
O “Bin Laden” que azucrina.
Enquanto o mal existir
Obama e o bem têm que haver.
Por isso novel presidente
Siga a sua trajetória
Faça o mundo mais contente
Aprendendo com a História.

Tem que haver mais Woodstock
E bem menos Watergate
O mundo já está cansado
Quer um pouco de deleite.
Lembre-se de Rosa Parks
E aquele ônibus bendito
Onde ela se assentou.
Leve o povo para os parques
E proclame em alto som
Que o mundo se libertou.

Leve o povo às igrejas
Restabeleça a sua fé
Se todo mundo é irmão.
Negro, branco, ameríndio
Vivendo em comunhão
E o Universo de pé!
Tenha visão holística,
De um World Way of life.
Você criará uma mística
Que seu carisma consagre.

Lembre-se dos dias cruéis
Da segregação racial.
Os heróis que o antecederam
E suportaram o mal.
Lembre-se de Vernon Jordan
E sua tarefa exemplar
Na Universidade da Geórgia
A primeira negra escoltar.
São tantos os exemplos
Não é difícil recordar...

Mas eu não posso esquecer
Do grande Luther King
O herói dos direitos civis
Honra e glória de seu país.
Fez a marcha do milhão
Manteve acessa esta chama
Fez do negro uma nação
Numa América que se ama,
Mas que ceifou sua vida
Em melancólica despedida.

Pode dizer Barack Obama
Junto com seu afro povo
Que a América venceu.
Mas cuidado com a fama
Quando haverá de novo
Esta chance que se deu?
Chora agora de alegria
Pois raiou um novo dia.
Faça festa, balance ramos:
Pois, afinal, triunfamos!

Niterói, 21 de Janeiro de 2009. (7h45min).

sábado, março 21, 2009

SOLIDARIEDADE NACIONAL

Moldado para ser grande
Pra crescer e se expandir
O Brasil de verdes matas,
Da Amazônia e Pantanal,
Viu murchar o seu sorrir
Como flor em sol clemente
Quando as águas da enchente
Do verão descomunal
Tomaram o sul brasileiro
Provocando o caos geral.

Mas como é forte esta gente,
Do Oiapoque ao Chuí,
Gente que o sol não queima
E que a fome não mata
Que na aridez da caatinga
Permanece ainda intacta.
O país deu uma resposta
Resposta de solidariedade
Forjando nação disposta
A lutar com tenacidade.

E de todo canto se viu
Solidariedade nacional
Gente doando o que tinha
E o que não tinha também
Na certeza de que o mal
Só se vence com o bem.
E o sul recebeu doações
Roupas, grana e alimento
Vindos de todos os rincões
Por onde soprou este vento.

Mas alguns não entenderam
Este gesto brasileiro
Este gesto de amor.
Estes poucos esqueceram
Que é mais bem-aventurado
E um gesto altaneiro
Tornar-se um doador.
Estes poucos macularam
A compaixão nacional
Com seus laivos de egoísmo.

Ah, Brasil, não se esqueça
Mesmo com dor de cabeça
Por causa dos que envergonham
O caráter deste país.
Que como nação irmanada
Desta terra enamorada,
Por esta gente feliz:
Que vale a pena ainda crer
No amor ao próximo e saber
Que Deus é nosso Juiz.

Por isso, na providência,
De Deus para o seu povo
Como semente na terra
Anunciando o renovo:
A gente pode esperar!
Pois quem tem Deus como guia
E sabe ao próximo amar
Caminha feliz neste mundo
Tomado de amor profundo
Na graça do compartilhar.

Niterói, 21 de Janeiro de 2009. (7h45min).

O AMANHECER

Acende, no poente, um sol em brasa
E aves, aos bandos, saúdam o dia.
Meu ser, sem esperança, e vida escassa
Anseia, do raiar do sol, muita alegria.

Esconde-se, no horizonte, a noite finda
E o sol, soberbo alcança a passarela.
Vejo as árvores, e o riacho, a vida é linda
Raios invadem meu rancho fundo, pela janela.

Um mundo de sonhos, e amor, me traz o sol
No amanhecer de um novo dia e seu sorrir
Escancarado nas cores rubras do arrebol.

É a natureza se renovando a cada manhã
Anunciando que algo melhor está por vir
Neste hoje, ontem, tão esperado amanhã.

Niterói, 21 de Janeiro de 2009. (6h45min).

SEGUNDO O CORAÇÃO DE DEUS

Senhor!
Nestes dias tão sombrios
De pecado e de sofrer
Onde as gentes enganadas
Vivem tristes sem saber
Que suas almas desviadas
Não caminham para os céus
Faça de mim um homem
Segundo o coração de Deus.

Senhor!
Nestes tempos tão difíceis
Quando o homem afastado
Não enxerga o seu pecar
Já perdeu a consciência
Não sabe se comportar
Anula os desejos meus
Faça de mim um homem
Segundo o coração de Deus.

Senhor!
Meu desejo nesta hora
Ao ver o mundo assim
É perceber ir embora
Todo mal que há em mim
Minha oração fervente
Clamando favores seus
Faça de mim um homem
Segundo o coração de Deus.

Nova Friburgo, 16 de Agosto de 2008. (21h).

SE

Se eu seguisse ao teu lado
por entre árvores e vazios.
Ah, se desse jeito fosse
não tomaria um sorvete contigo na praia.

Minha amada, a taça está cheia.
Sinta as cores e sabores
de todos nossos amores...

A taça está cheia e vamos sorver
as delícias do amor
com cobertura de esperança.

Não seguirei por entre árvores e vazios
porque quero sentir as areias quentes da praia
por sob meus pés desnudos
e tomar um sorvete contigo
debaixo do coqueiro brando.
Quero levar a taça aos teus lábios
e beijar-te gelado com sabor de menta fresca.

E quero sentir teu cheiro
trazido pelo frescor da tarde praiana
e viajar gaivotas no idílico sonho azul
de nossas promessas de amor.

Volta Redonda, 24 de Julho de 2008. (9h28min).

ME

Nos cantos do sabiá me sonho
Nesses cantos me enleio
Minhas dores que já são quase
Bálsamo em águas de chuva mansa.

Nos vôos do sabiá me sonho
Nesses vôos me enleio
Sentir dor é calmaria
Anunciada num azul de céu.

Como os cantos que reverberam
E reproduzem os mesmos cantos
Saltito por sobre as nuvens
Sempre buscando o meu canto.

Como os vôos que itinerário
E de pensar prosseguindo
Nas canções de canto e sonho
Sobre as nuvens sempre indo.

Volta Redonda, 24 de Julho de 2008. (7h48min).

PARA SEMPRE BRILHAR

A Josué & Consuelo Sylvestre (Bodas de Ouro)

Brilhe com seu brilho, brilho de amizade.
Refulja por inteiro, no esplendor da paz.
Casal que traz no peito, sonhos da mocidade
E juntos na estrada, o amor refaz.

Josué, um valente, guerreiro e salvador.
Uniu-se a Consuelo, sua amada e meiga.
Construiu história; com ela, sua eleita,
Sob bênção divina e proteção do Senhor.

Por isto neste dia, de comemorar Jubileu
Que o ouro desta festa, seja o brilho do olhar
Seja a paz de espírito e a canção do amar.

E a família reunida, e cada amigo seu -
Oh casal benquisto, pleno de amor e graça! -
Seja brinde dos céus; brilho eterno em sua Casa.

Itaboraí, 29 de Maio de 2008. (9h46min).

DESPEDIDA

No dia da minha morte,
Na hora do meu enterro:
Distribua para todos os convidados
Um pão de mel
Do apiário “Amigos da Terra”
E leia o Salmo 119.103,
Orando para que todos os presentes
Possam ir para onde fui,
Pois estou junto do Pai.

Nova Friburgo, 19 de Abril de 2008. (7h45min).

QUERO

Quero teu sorriso mais lindo,
Teu amor mais perfeito,
Teu sonho mais aventureiro.

E quero andar nas mesmas estradas
De teus pensamentos
E cantar as mesmas canções
De teu vasto repertório de sonhar...

Pode ser que a chuva caia forte
E riachos se revoltem e desobedeçam
O curso do leito,
Mas eu não desistirei de seguir
Em tuas correntezas
E remar tuas esperanças.

Nossas águas se encontram
No vasto Oceano do amor.

Nova Friburgo, 12 de Março de 2008. (18h24min).

domingo, fevereiro 22, 2009

ENTRE DOIS AMORES

Bruxuleante esteio de incauta era:
Dinheiro e prazer dos que buscam paz.
O urbano rico sonha esta quimera
Sobe o morro e na favela de ilusão se faz.

Vivemos tempo ignóbil de vã filosofia
Hedonismo crasso a romper valores.
Busca-se no prazer a terceira via
Pra fazer sentido entre dois amores.

Vivemos tempo indócil, prenhe de tensão
Grande encruzilhada propondo cruel escolha
Presente e futuro acelerando o coração.

Entre o futuro incerto, filho da esperança
E o tempo presente, frágil como a folha
Opta-se pelo prazer e não há bonança...

Nova Friburgo, 12 de Março de 2008. (16h33min).

domingo, fevereiro 15, 2009

DESENCANTO

A distância engoliu sorrisos;
Escondeu faces.
De há muito se foi a comunhão
De pele com pele
Dos beijos e abraços
Da amizade...
E a fertilidade do Corpo
Deu lugar ao esfriamento
Da emoção.

Já não havia mais vibrações
No pandeiro da vida,
Assim como a harmonia das cordas
Cedeu lugar ao vazio oco do violão...
Tudo porque o pecado foi mais forte
Naquela vida
Que desistiu de lutar...

Que Diabo!
Esse ladrão de alegrias...

Fico triste quando alguém me provoca
O desencanto.
Só porque não é capaz:
Da humildade,
Do reconhecimento do erro,
E da força para produzir
Nova esperança...

Nova Friburgo, 12 de Março de 2008. (20h18min).

SONETO DA AMADA INCERTA

“Oh! flor do céu! oh! flor cândida e pura!”
Eterna musa a povoar meu verso
És doce paixão e meu universo
Que me satisfaz com tal brandura.

Flor bela do céu que a terra chegou
E em meu canteiro se fez candura.
Forte rebuliço que me inquietou
Propôs-me amor e qualquer loucura.

Oh! Musa de sonhos! Meu doce esperar
Singela oferta de amor no porvir
Em teu coração há força do amar.

Se não posso ter-te, que venha a mortalha
Sem ti quero a morte e o que dela advir:
“Perde-se a vida, ganha-se a batalha!”

Nova Friburgo, 17 de Março de 2008. (14h09min).

Obs. O primeiro e o último verso são de Machado de Assis, num soneto não realizado relatado em um de seus livros. Exercício de criatividade.

HOUVE UM TEMPO...

No passado houve um tempo
Em que tempo existia
De ouvir os passarinhos
Em seu canto de alegria.
De sentir a Natureza
Em seu pleno esplendor,
Contemplar toda beleza
Com presteza e langor.

Houve um tempo no passado
Não tão distante assim
Que o homem enamorado
Olhando pra o céu sem fim
Deparava-se com a lua
E mesmo no meio da rua
Abraçando a namorada
Compunha versos pra amada.

No passado houve um tempo
Tempo de valor imenso:
Não se vendia ou comprava
Simplesmente se gastava
Com família e com amigos
Num labor febril intenso
Para fugir dos perigos
Daqueles ladrões de horas.

Este tempo do passado
Um tempo valorizado
De intensa comunhão
Era um tempo de harmonia
Vivendo com euforia
As coisas do coração
Fazendo com que o dia
Fosse mais que rotação.

Ah, que saudades do tempo
Que se enxergavam estrelas
E se sentia o vento
A baloiçar os cabelos.
Brisa suave da tarde
A eriçar os meus pelos
E eu nestes desvelos
De um coração que arde.

Houve um tempo no passado
Em que existia heróis
E que o braço do homem forte
Era o braço do guerreiro.
Mas já se deixou de lado
Esse tempo dos cowboys.
Hoje o ser encontra a morte
Sem ser homem por inteiro.

No passado houve um tempo
Em que tempo já havia
Pra compor canções da noite
Num banho de poesia.
E a vida corria lenta
Tudo era inspiração
De que a alma se alimenta
Pelas vias do coração.

Houve um tempo no passado
Recoberto de esperança
O stress não existia
Vivia-se a bonança.
Era um tempo mais sincero
Onde a verdade no rosto
Tornava o homem vero
Rechaçando qualquer mosto.

Neste tempo do passado
O homem podia chorar
As lágrimas eram possíveis
Como possível amar.
Não havia a vergonha
De sentir qualquer tristeza
Vivia-se com realeza
E uma graça tamanha.

Tenho saudades do tempo
Em que as lágrimas regavam
A fé e a esperança
Dos homens que confiavam.
Este tempo do passado
Não mascarava o real;
Cada homem perfilado
Vivia seu bem, seu mal.

Hoje, uma canção qualquer,
Um programa de tevê,
Uma fantasia de mulher,
Imagem que só se vê
Em programa de auditório;
Tenta construir um homem
Um ser para este tempo
Mas é tudo ilusório...

Para o tempo de hoje
As ações de nossos dias
Quero encontrar ser real:
Um alguém de carne e osso,
Sentimento e emoção,
Indivíduo integral,
A viver de coração:
Que sendo velho é moço!

São Gonçalo, 08 de Janeiro de 2008. (21h40min).

SONETO PARA UMA MENINA EM FLOR

Para Noemi em seus lindos oito anos de idade.

Deus me deu para sorrir e com ela me alegrar
Uma bela morena, bela menina em flor.
Que com seus olhos vivazes, sorriso de encantar
Trouxe grande emoção, nova vertente de amor.

Esta menina pequena na vida a desabrochar
Ainda é botão de rosa, pétalas de harmonia.
Traz perfume intenso, essências pelo ar
De forma vaporosa é a própria poesia.

Minha menina em flor, este amor de pessoa.
É solo e horizonte, a beleza em floração.
Sua voz bem suave, em todo meu ser ecoa.

Por isto neste seu dia, de parabéns e festa.
Ergo esta poesia, dominado de emoção.
É a minha alegria, uma rosa na floresta.

São Gonçalo, 07 de Janeiro de 2008. (22h30min).

SONETO DO AMOR DE CRISTO

Para um coração amante que sonha
O amor mais puro e mais leal de alguém.
Não há melhor exemplo que se entranha
E na vida traz conforto e faz tão bem.

Que o amor de Cristo, bem como seu desvelo
De se entregar por toda a humanidade.
Quem ama deve já seguir este modelo
E amar com força e tal sinceridade.

O amor de Cristo é incondicional
É amor de entrega e de renúncia tal
Que igual não houve nunca nesta terra.

Pois sendo Deus, esvaziou-se a si mesmo
Para que cada ser não mais andasse a esmo
Seguindo o Mestre como quem não erra.

São Gonçalo, 06 de Janeiro de 2008. (9h30min).

SONETO DE DESPEDIDA

É a vida, doce canção ao violino
Que o músico terno afaga num abraço.
Das cordas do instrumento só sai um hino
Se o músico conduz sua alma pelo braço.

Assim é cada ser e aquele que ama:
Instrumento e tocador em simbiose,
E nos dois seres o amor logo emana
Em perfeição de sintonia por osmose.

Mas chega o tempo impossível de seguir
Os dois juntos a compor doce canção:
O músico tem que partir; deixa o violino.

Só peço a Deus pra em sua vida intervir
E que outro músico em ti não ponha a mão
Pra não haver descompasso ou desafino.

São Gonçalo, 06 de Janeiro de 2008. (11h25min).

ONDE A GLÓRIA DO POETA?

A formiga altiva, a folha levanta,
Mas não se verga ao peso de seu labor.
No pedreiro, o tijolo, é esboço de planta
Que ergue o imaginário do construtor.

Quem sou eu com meus poemas e palavras,
Canções que ergo sem sequer usar as mãos?
Onde a glória dos poemas que são lavras,
Pepitas de ouro, não sentimentos vãos?

Hei de cantar meus versos, proferir canções.
Dedilhar arpejos dest’alma efervescente,
Erguendo mansões ou choupanas nos corações.

Só não desistirei de ser poeta nunca,
Pois a glória do poeta é dessa gente
Que a poesia põe sorriso em alma adunca.

São Gonçalo, 06 de Janeiro de 2008. (8h10min).

O CORAÇÃO QUE NÃO SE VÊ

Se esta gente lustrosa, cujos rostos brilham,
feições se apertam em preces de louvor;
e abarrotam igrejas, como fiéis que trilham
o caminho seguro de Cristo o Senhor.

Se suas mãos levantadas não fossem gestos:
coreografia estudada pra multidão.
Tão somente expressão, desejos manifestos
servir a Deus em verdade, de coração.

O que não se vê, apenas se pressente
sentimento que corrói o imo humano,
tal inveja cruel não estaria presente.

Mas ainda não chegou, está sim no arcano
pra muitos que estão no meio dos louvores
o encontro vero, com o Senhor dos senhores.

São Gonçalo, 06 de Janeiro de 2008. (7h35min).

MINHA ESPOSA

Andando agitada nos cantos da casa,
presença marcante qual sol de meio-dia;
vou sorvendo este licor, erguendo a taça,
do mais doce sabor, sabor de alegria.

Seu jeito suave em andar que é sensual,
nas lides diárias de mãe consciente.
Aproxima-me o céu, tornando real
as delícias sublimes de uma esposa contente.

Quanta gente não sabe o que é ser amado
cujas vidas não têm um quinhão de valor.
Eu sou grato ao meu Deus pela esposa ao meu lado.

Sou um astro que brilha no céu do amor.
Minha esposa é filha da mãe Natureza
e eu me fastio de sua graça e beleza.

São Gonçalo, 06 de Janeiro de 2008. (7h15min).

quinta-feira, janeiro 01, 2009

SÍTIO DO JAMBEIRO

A Nilson Gomes Godoy

Hoje, calmo fiquei no sítio do amigo;
sítio de terra batida, de terra molhada,
onde as árvores campeiam e eu sobranceiro
sinto o cheiro da chuva e penso comigo:
" - Quão bom é descansar e ouvir na madrugada
os pássaros cantantes no Sítio do Jambeiro!"

Hoje, parei no tempo e fui descansar
deixei o labor de lado em busca da brisa;
ao encontro do ócio que refaz corpo e alma.
No Sítio do Jambeiro encontrei um pomar,
de mangas e abacaxis que o paladar frisa
no doce saboreio, em meio a suave calma.

Hoje, refiz o caminho da cidade ao campo
do homem em priscas eras o chão da poesia
revisitando o encanto da gentil mãe Natureza.
E então na emoção do solo fez-se o pranto
da saudade que no peito fez-se em agonia
do moderno de concreto que desfaz beleza.

Hoje, no Sítio do Jambeiro, vi nascer sorriso.
Senti o corpo relaxar em águas refrescantes;
joguei conversa fora com amigos do peito.
E a alegria brotou forte em mim e mais que isso,
da terra e seus prazeres que nos faz amantes
hei de desfrutar com mais vagar, não vejo jeito!

São Gonçalo, 05 de Janeiro de 2008. (9h15min).

SONETO PELOS QUARENTA ANOS

A Jason Lúcio de Sousa Soares

Quem chega aos quarenta, cansado da luta.
Já não se contenta com qualquer disputa.
Pois a vida se esvai e passa voando:
É o tempo que vai aos poucos minguando.

Quem chega aos quarenta, já olha para trás.
Passado relembra, porém quer algo mais.
Quer boa lembrança, rever o que perdeu
Seguir a andança, conquistar apogeu.

Traz filhos no colo, um sonho de futuro.
Erguer sua história, deixar recordação.
Semente no solo, um homem maduro.

Depois dos quarenta já vem o declínio
Há muita memória e nem tanta ação
De Deus se alimenta e do seu fascínio.

Nova Friburgo, 04 de Janeiro de 2008. (8h06min).

SONETO PARA O ANO NOVO

Quando chega um novo ano e se quer a paz
Quer-se achar a felicidade e algo mais
Só há um jeito pra encontrar o que se busca
É abrir a vida pra luz que não ofusca.

Quando o ano que chega propõe sensação
De algo bom e alegre: só realização.
É preciso recorrer a quem a possui
E com amor e zelo presto distribui.

Novo ano: renova, traz esperança,
Infunde alegria, transforma o viver,
À alma aflita esparge bonança.

Mas tudo é efêmero, alegria fugaz
Se o homem incauto só quiser receber
Benesses, porém, sem o Príncipe da Paz.

Nova Friburgo, 03 de Janeiro de 2008. (12h23min).

TROVA DE NATAL VII

Quis a vida apor sonhos
Aos sonhos que não teve
Tão medonhos e tamanhos
Que o Natal se deteve.

Campos dos Goytacazes, 07 de Dezembro de 2007. (12h10min).

TROVA DE NATAL VI

Sapatinho na janela
A espera de Noel.
Não é este pai que vela
É o nosso Pai do Céu!

Campos dos Goytacazes, 07 de Dezembro de 2007. (12h10min).

TROVA DE NATAL V

Naquela árvore bela
O menino a refletir
Viu seu rosto na bola
E a lágrima a luzir!

Campos dos Goytacazes, 07 de Dezembro de 2007. (12h05min).

TROVA DE NATAL IV

A árvore natalina
Enfeitada de festão
Não resolve a sina
Da pobreza sem feijão.

Campos dos Goytacazes, 07 de Dezembro de 2007. (11h60min).

TROVA DE NATAL III

Há uma estrela que brilha
Sempre brilha de esperança
Para quem segue na trilha
De Jesus com confiança.

Campos dos Goytacazes, 07 de Dezembro de 2007. (11h57min).

TROVA DE NATAL II

O menino que sorria
Na vitrine do Natal
Tinha a barriga vazia
De qualquer doce ou sal.

Campos dos Goytacazes, 07 de Dezembro de 2007. (11h54min).

TROVA DE NATAL I

O que será do Natal
Do jeito que a coisa anda?
Se a humanidade vai mal
A esperança desanda!

Campos dos Goytacazes, 07 de Dezembro de 2007. (11h51min).