quinta-feira, outubro 18, 2018

CANÇÃO ENGENHOSA


Eu sou adorador, gente!
Obreiro transcendental
de louvores eco-escatológicos;
cantador do Universo
onde gravita Deus...

Sinto mais forte que todos
a presença do Espírito,
que me toma por inteiro.
Quem louva como eu,
canta e louva pelo Espírito,
que fala por meio de nós.
E estrelas sibilam sons,
ondas emitem canções
e, vai-se ver, não é delas...

Reduzo tudo ao louvor,
mas o Absoluto é inesgotável!
Quem comigo não faz coro,
perto de mim não faz solo.
A Igreja que frequento é dos irmãos
e ela existe pela e na comunhão.
Nela, qualquer distância,
entre quaisquer duas pessoas,
sempre se chamará Amor!

Josué Ebenézer Nova Friburgo,
16/10/2018 (05h10min).

POEMA NO PÁTIO DA IGREJA


Igreja, na primavera, quando o clima é ameno;
folguedos infantis, antes e depois dos cultos.
Menino triste sentado num banco afastado,
escuta a algazarra e os olhos perdidos
não veem a alegria; se perdem no horizonte...

A música de igreja ecoa por entre as crianças;
a cantina fervilha de adultos a conversar;
a noite estrelada, o som das cigarras, o luar;
e a fé em Deus torna cada criança, gigante.

Reina a paz e o amor nesta santa harmonia
e aquela criança, triste já não mais é, sorri.
Com as outras, descobre um mundo novo:
há esperanças sublimes na comunhão infante!

Josué Ebenézer Nova Friburgo,
14/10/2018 (03h47min).

terça-feira, outubro 16, 2018

VERSOS LIVRES PARA GUTO SOARES


A primavera colore a serra friburguense.
                                                      Guto,
teus passos no Alto de Olaria acordam velhos sonhos
e os galos dão adeus à noite que se finda.

Teu bairro é o mesmo. Teus pais, amados.
E tu olhas perdidamente as casas lá embaixo;
e as casas que encobrem morros, mas não teus sonhos...

Numa espiral de desejos, desces as ruas
que serpenteiam as altitudes até chegares,
no templo batista, no sopé de todos os morros.
O Templo é a tua segunda casa.
Lá teus fantasmas pessoais são exorcizados.
Teus medos, teus receios, tuas inseguranças...
João Marcos, Israel, Hugo
e outros caminham ao teu lado
como sombras de um passado
que não te largou:
quando o passado é bom
ele beija nossas faces no presente
pela suave brisa das montanhas...

Agora que os sonhos são realidade –
no tempo em que a plenitude chegou;
o seu auge de explosão da vida –
tudo volta:

Todas as vozes,
todas as falas,
todos os afetos...
Tua mãe,
teu pai,
tua casa...

Mulher e filha observam tua maturidade
e as flores da primavera trazem o perfume da vida.

És um cidadão que abraça a vida;
és um cristão que assume a fé.
És tua voz!
Tua voz é o trovão que anuncia o Juízo Final.
Tua voz é a suavidade do vento que baloiça flores...

Vida, que vida, e a vida é o que assimilamos:
do pai que orienta;
da mãe que afaga;
do pastor que acende a fé;
dos irmãos de fé que sustentam.

Neste instante, teu coração tem um segredo;
o segredo que guardastes no silêncio do teu jardim:
enquanto os galos dão adeus à noite finda,
enquanto o vento cochicha com as flores primaveris...
Enquanto tomas o assento no lotação
e percorres, sem perceber, a cidade
repassas mentalmente teu segredo:
tu és fruto do amor,
do amor primeiro de Deus
e, depois, daqueles
que compraram a ideia de ti nesta vida.

                                                      Guto,
senta neste estúdio e diante destes botões
põe pra tocar para o mundo a canção da vida!

Josué Ebenézer Nova Friburgo,
13/10/2018 (04h15min).

A MARCOS MARINS


Um perfume, visionário, a primavera no ar:
a gente sente o colorido das árvores,
a gente escuta o voo em bando das aves.
Isto é muito mais que um simples olhar.

Não se incomode se a colheita não veio,
mas se alegre muito com a floração.
A semeadura feita será firme esteio
dos frutos que germinam no coração.

Transitam nas cidades os sonhadores,
recolhem-se nas casas os desistentes.
O cérebro gira o corpo, move a máquina!

Políticos são flores para os eleitores.
No Jardim das Urnas, só os persistentes
serão plantados após árdua lavoura...

Josué Ebenézer Nova Friburgo,
11/10/2018 (06h20min).