domingo, setembro 30, 2018

CANTO DE PÁSSARO NA GAIOLA


Coleirinho brasileiro
tem um bico bem nervoso
como canta esse coleiro
seu trinado é charmoso.

Canta, canta, na gaiola,
mesmo ela em minha mão.
Canta sua dor esquecida,
sofrimento e solidão.

Me sinto um tanto sem jeito
outro tanto desajustado.
Tendo ali ao meu lado
coleiro que estufa o peito
e solta o triste trinado...

Assim canta o meu Brasil
na solidão da esperança.
Essa gente varonil
perdeu toda a confiança.

Solte povo, seu cantar,
seu grito por liberdade.
Vamos todos espalhar
pelo campo e na cidade
um novo jeito de lutar.

Vamos lutar com a voz
com o canto e seu poder;
vamos lutar com o voto
pra fazer e acontecer.

Mostre, povo, indignação,
inconformismo e a crença;
lutar contra a corrupção
sem provocar desavença.

Como o canto do coleiro
façamos luta pacífica;
vamos povo brasileiro
do Brasil fazer retífica.

Josué Ebenézer Nova Friburgo,
29/09/2018 (06h39min).

AH, PIANO!

Pare com esta cadência alemã...
Quero neste piano a malemolência do gospel,
mas daquelas fundadas no Negro Spiritual
ou mesmo na brasilidade do samba...

As terras frias da Europa, os povos gélidos dali,
produziram uma música que não me ferve.
Não quero um tico-tico no fubá
quero um Happy Day nacional
com ararinhas azuis, ianomâmis
e os tambores da selva, urucum...

Funde comigo a voz que não confunde:
essa voz tonitruante da alma ancestral...

Como estão os sons do meu Brasil, sons do Espírito?
Música que sopra de dentro, que vem dos céus?
Canto que faz gemer a Floresta Tropical
e se faz Hino da surda inquietação nacional?

Mova-se, piano, em suas teclas brancas e pretas
represente nossa gente de mesmas cores, sem tretas
e que todos se enxerguem nessas novas canções...

Quando se ouve a voz do Espírito
não há batuque ou dedilhado,
sopro de saxofone bem arranjado
ou mesmo solo de guitarra gauche
vindo de uma potente electric church.

Pode ser partitura de Handel, Mendelssohn ou Haydn,
mesmo um poema de Gióia Jr. com traços de cupim
ou qualquer gospel provindo de Vineyard.
Mas quero Logos e preciso ser Hagios
já estou vivendo em outros estágios
onde não há espaço para o não-louvar...

Quero um país-piano em que brancos e negros
vivam, dos adoradores, esta santa harmonia
como as teclas do piano em sua melodia,
harmonizados por Deus e tornados íntegros.

As leis humanas são insuficientes,
mas com inspiração nos corações crentes
pulsa forte o amor em solo nacional.
Meu Brasil, meu Brasil
abra os olhos e veja a luz que raia,
cante as canções do coração,
adore com todo o seu ser:
Corpo e alma em sintonia com Deus!

Josué Ebenézer Nova Friburgo,
26/09/2018 (05h12min).

O CAMINHO SANTO


E ali haverá uma estrada, um caminho, que se chamará o caminho santo; o imundo não passará por ele, mas será para aqueles; os caminhantes, até mesmo os loucos, não errarão”  (Isaías 35.8).

Do outro lado da estrada
encontro caminho santo.
Se faço alguma parada
de Jesus, uso o manto.

É caminho bem estreito
estrada pra vida eterna.
Nele não acho defeito
minh’alma faz-se terna.

Passam ali caminhantes
gente de toda expressão.
Loucos e extravagantes,
e gente de bom coração.

Nos caminhos do mundo
passa gente a divagar.
Passa também o imundo
não sabe se chegará.

Mas no caminho da vida
não muitos ali passarão.
Tantos farão despedida,
mas loucos não errarão.

Ouço suave murmúrio
voz da alma, sensação.
Abandono todo espúrio
na loucura da pregação.

A estrada mais segura
que à vida nos conduz.
Ela o novo inaugura:
se chama Cristo Jesus!

Josué Ebenézer Nova Friburgo,
29/09/2018 (19h08min).

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quarta-feira, setembro 26, 2018

OS DISCÍPULOS


Os discípulos tomados de fé
portam seus livros, sabem o que é
a esperança de um novo mundo...
Vão caminhando, levam a alegria
de casa em casa durante o dia
tomados, também, de amor profundo.

Calçados gastos, preparam a paz
sabem o que é, portam seus livros
sorriem pra vida e o coração.
Bate feliz enquanto se faz
vida melhor, entre os vivos
cantando a vida e a emoção...

E assim, alegres, na multidão
formam o exército do Deus Vivo
erguendo a bandeira da salvação.
Sabem o que querem, portam o Livro
escondem a Palavra no coração
e bocas se enchem de grande riso.

Vivem e sentem e também falam
ao som do Vento que sopra dentro
ousam se expor e não se calam.
Impulsionados por grande evento
e tais emoções neles se instalam
produzem frutos a cem por cento.

Deixam suas casas com alegria
vão para a luta, semeiam paz
agindo assim com sabedoria.
É Causa Nobre que satisfaz
multiplica neles santa euforia:
o homem comum sentiu jamais.

Seguem os passos do Grande Mestre
seu exemplo de vida que é inconteste
e em suas pisadas querem andar.
São os discípulos de um novo tempo
seguem firmes ao sabor do Vento
sendo guiados em seu labutar.

E assim andando de dois em dois
sem se preocupar com o depois
o sorriso de dentro, alcança o rosto.
Parecem anjos, guardiães da paz,
com boas-novas que o ser refaz
tirando a mágoa e o desgosto.

Nas noites claras de intensa luz
o brilho maior é o de Jesus
e a canção suave, celestial.
De vez em quando, surge na face
fortuita lágrima, qual uma prece,
brilhante na Luz, como um sinal.

Em dias frios, também chuvosos
já bem cansados, quase chorosos
da caminhada e o seu lidar...
Deus manda um sopro, renovação,
uma alma conversa, em libertação
encoraja de pronto o caminhar...

Em nossas vidas, vendo os discípulos
de porta em porta e o seu labor
passam o tempo e da vida o frescor.
E nós oramos e alimentamos
esses discípulos que tanto amamos
como nos ama o nosso Senhor!

Pregam no outono, também no verão
são testemunhas em qualquer estação
nossos discípulos levantam os olhos.
Depois de tanto amor semear
a vida inteira: viver e discipular
voltam pra casa e portam seus molhos...

Josué Ebenézer Nova Friburgo,
23/09/2018 (18h55min).