sábado, setembro 08, 2007

POEMA DO ROSTO QUE NÃO SE VÊ

Que rosto é esse tão disforme?
É o amor que ainda não chegou
e a vida assim, mortificou
a espera de vestir o uniforme.

Que rosto é esse tão disforme?
É a alma que triste está por dentro
e a vida se tornou tormento
até mesmo quando o corpo dorme.

Que rosto é esse tão disforme?
É a sina de quem já não tem paz
e na face, o belo, se desfaz
poucos gestos há que o reforme.

Que rosto é esse tão disforme?
É expressão de quem vive de mentira
e na vida, aos outros, provoca a ira
ficando sempre, a cara enorme.

Que rosto é esse tão disforme?
É a virgem que não conhece o amor,
não tem sentimento pra chamar de senhor
em coração, que da fonte, a graça entorne.

Que rosto é esse tão disforme?
Perfeito não é, será que há jeito?
Respeito e fé, encontro em seu peito?
Só Cristo faz que a formosura retorne.

Nova Friburgo, 25/05/2000 (10h55m)

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