sexta-feira, outubro 18, 2013

O MELHOR PERFUME...



A Neidilene Silva
em seus quarentanos.


“Três palavrinhas só
eu aprendi de cor...”

A mãe
Que tinha uma coisa de se dar às suas crianças
se ria das peraltices dos meninos.

Então, num dia,
por detrás de um horizonte,
Deus acrescentou mais dois.

– Quem são?
– O que é?
Ainda não se sabia,
Mas isso exigiu exercício da fé.

Os meninos eram gêmeos.
Miguel e Matheus seus nomes.
E a casa não foi mais a mesma
com aqueles benvenutos...

O sossego foi enforcado no nascer do Sol...

Era manhã. Os raios iridescentes afugentavam o frio.

Um quarteirão de tempo adiante
se instalou nova surpresa
agradável.

Em noite de estrelas luzindo de amor
a servidão que dá acesso
ao ninho de amor do casal Oliveira da Silva
estremece suaves passos de sonho:
– Quem é que vem?
– Não vem ninguém?

Vem.

Lá do outro lado do sonho –
por dentro do espelho de Alice –
surge uma menininha e seu nome é Isabel.

“Três palavrinhas só
eu aprendi de cor...
DEUS É AMOR!”

Desce de Olaria um homem
e seu nome é trabalho.
Desce de Olaria uma mulher
(com cinco filhos a tiracolo)
e seu nome é Esperança!

E vão para a cidade.
e vão para os estudos.
e vão para o trabalho.
e vão para Conselheiro.
e vão para a Igreja...

Vão sim e vão sempre,
mas nada disso é em vão!

E aquela mulher,
no auge de sua maturidade
se assusta:
Por detrás dos montes
que fazem cordilheira simples
(de nascimentos e ocasos)
O Eterno ainda tinha surpresas:
E por ali ainda ecoava
a canção infante:

“DEUS É AMÔÔÔ...”

Aquela mulher que pulsava vida pra família
e pensava que sua vocação se chamava creche
é abalada por uma nova missão
que se chama eclésia!

“DEUS É AMÔÔÔ...”

Seus olhos enchem-se de lágrimas
quando o som da comitiva estrepitosa
irrompe toda arrumada na sala de casa
preparada que estava para o Culto na Congregação
tendo à frente o esposo de terno impecável
que assumia ares de pastor ao dizer:

– Vamos?

Ela hesitou, mas foi. Foi com fé!
Por que andar com fé ela ia sempre...

E nos cultos seguintes,
em que a família unida trabalha pelo Reino,
ela sentiu um perfume melhor
que qualquer um daqueles
provenientes dos cosméticos
que estava acostumada em anos de Salão de Beleza:

Era o Perfume de Cristo (2Co 2.15).
Definitivo.
E ela se rendeu!

Trá-lá-lá-lá-lá-lá-lá-lá-lá...



Josué Ebenézer
Nova Friburgo, 06 e 07 de Outubro de 2013 (06h43min).





domingo, outubro 13, 2013

MOVIMENTO


E este barulho impune
de vozes pelas ruas
de multidões pelas praças
de corpos que projetam sonhos
de cartazes que gritam palavras de ordem
de uma confusão que abafa
o oco brilho da luz de si mesma
como se a engolir a necessidade de
mais estrelas luzentes
nos céus da pátria Brasil.

E esta gente jovem
carregando esperanças no peito
portando sonhos nos pés
zanzando futuro nas esquinas
sob os holofotes do paquidérmico
governo do caos
enquanto abobalhados políticos
se borram no desespero
de causas-próprias quase perdidas.

E este ir sem saber pra onde
e este vir sem saber quando
e este amar sem saber por quê
nos velhos olhos do mundo
os átrios do vir a ser
e a gente jovem sorrindo
e a gente jovem cantando
e a música banindo o sono
do trem da estação que já não é.


Nova Friburgo, 04 de Agosto de 2013 (18h45min).

ISTO FOI UM CULTO


À saída do templo
os fiéis apertam-se as mãos,
e junto,
os rostos acumulam sorrisos.
Partem todos para o meio-dia
cada qual para o seu domingo
que pode ter almoço especial
e ida à praça da cidade.
E passam pelo artesão com suas bugigangas
(no atelier improvisado da praça)
e pela vendedora de balas do sinal.
Quando em casa, a porta cerrando,
depositam chaves, mudam roupas
e se dão conta de que juntos
atravessaram revoltoso mar
mas os sapatos,
(trocados por sandálias leves e frescas)
estão secos.
E o cantarolar da canção da tarde
sinaliza que já não são mais os mesmos.

Nova Friburgo, 11 de Agosto de 2013 (19h05min).

COM AS MÃOS LEVANTADAS EM PRECE


Acaso não terá
terminado o culto
e vem a oração final
a prece apressada
pelo tempo,
e pelo relógio
que insiste em marcar
as horas
mesmo quando
a invasão do transcendental
no temporal
pede pra música
continuar tocando
e os olhos fechados
continuarem visitando
os lugares onde Deus habita
na busca bendita
da paz?

Acaso
as mãos levantadas em prece
não erguerão os muros de
proteção de Deus
para a vida de seus filhos
e o toque das teclas
do piano
reverberarão
o som divino
nos corações crentes?

Não há acaso.
Há apenas o caso
de alguém
que acredita no poder da fé!


Nova Friburgo, 04 de Agosto de 2013 (6h45min).