sábado, setembro 08, 2007

QUARTO VAZIO

Para Katinha

No quarto, a solidão presente.
E entre os móveis antigos, objetos inanimados,
meu coração bate forte a sua ausência.

Sinto falta do amor.
Quero embriagar-me em teu cheiro
mas a nuca branca e sedosa não está ao alcance.
Aquele curvilíneo corpo que me embala
nas noites dos sonos de minha mocidade
hoje está distante e eu me vejo só, neste quarto vazio.

Um suspiro de saudade e desejo agita meu peito
e do jeito que estou alvoroça este leito da solidão.

O móvel secular de madeira nobre
espreita do alto meu desatino.
Esborrachado na cama de casal do quarto vazio,
não te tenho para acarinhar.

E quando penso que a deixei preocupada
e nossos três filhotes no ninho vazio de pai
sinto raiva da solidão forçada
que os compromissos da vida me impõem...

Amo os teus seios,
mas os mamilos intumescidos
que tanto já suportaram meus indicadores,
hoje, no vazio desse quarto, são apenas pensamentos.

Posso agora sentir o teu calor virtual
trazido ao meu corpo pelos magnetos da imaginação.

E quanto mais desejo nesta noite teu corpo nu
em meus braços enlaçados,
mais sofro por saber que estou aqui
numa noite distante
diante de um quarto vazio de ti.

Laranjais, RJ, 22/04/2000 (00h26m)

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