segunda-feira, janeiro 22, 2018

A CANÇÃO DOS CRENTES

Há luzes amarelas dentro do templo.
A noite é brilhante.
Partituras musicais caem das estantes,
planando sob ação dos ventiladores.

Os incréus são como partituras ao vento,
como folhas soltas ao sabor da estação.
Mesmo no templo, qualquer vento de doutrina leva...

Em igual noite brilhante, anos passados,
em outro templo, entreguei minha vida à Jesus,
eu me arrependi dos pecados e sorri,
como um crente sob o mover do Espírito,
como um crente – que destrava as portas do coração.

Não fui indiferente ao som
dos instrumentos da orquestra.
No canto dos hinos sacros e na mensagem bíblica
enxerguei-me distante e houve lamento.

Mas passastes, forte e suave ao mesmo tempo.
Era outro vento...

Eu ouvira o toque, sentira tua presença,
nos textos lidos, nos hinos cantados;
era o Vento do Espírito no sopro da fé
como labaredas divinas, plena revolução.

E batias, e sorrias e aguardavas
como visitante à porta na espera de entrar.

Não vai tão longe, no tempo, a noite brilhante;
a orquestra ainda toca em meu coração de fé
e as lágrimas de alegria me surpreendem na saudade.

Olho os crentes de hoje, que chegam das trevas exteriores
para noites brilhantes no templo azul.

O mistério se renova alegremente
e vai levando cada crente de todas as gerações
como nau que flutua suave ao Vento do Espírito...

Josué Ebenézer Nova Friburgo,
18/01/2018 (05h19min).

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