quarta-feira, novembro 14, 2007

Espantos

A Aliazibe Guimarães Silva

Não tem jeito! Somos concorrentes do tempo...
Sopra o vento, e a gente sente o frio que teima em vir.
Mas não é o frio que assusta mais; nem o vento. É o espanto!
O espanto do tempo que passa; nem tanto do que já foi.
Este a gente viveu... E, modéstia às favas, bem!
Com Deus. Com a família. Com a Igreja.

Mas o tempo pra frente...
Ah, este anda ficando cada vez mais curto.
E se isso assusta? Sim, um pouco!
Nem tanto pelo que ainda há de vir, advir...
Pois nossas vidas estão nas mãos do Pai.
Mas, pelo que já foi sonhado e ainda não se concretizou...
Porque sonho sonhado é sonho existente,
Mesmo que ainda não realizado.

Então, teimamos em materializar nossos sonhos,
Como se não fôssemos, sem o que ainda é matéria de devaneios...
Ah, mas quem manda sonhar?! Reclamariam os opositores...
Mas sonhar é bom e alegra a vida.
E tem mais: Nós somos teimosos mesmo!
Insistimos em querer realizar;
Em ir mais além do medíocre;
Em fazer o melhor; buscar o belo;
E até em rir da nossa teimosia...
Só não nos contentamos em não buscar,
Em ficar sem alcançar a melodia mais linda
Através das notas que harmonizam a existência...

E o vento insiste em bater em nossas frontes cansadas.
Ainda bem!
Pois enquanto pudermos senti-lo, haverá vida;
E enquanto houver vento haverá poesia:
Principalmente com o vento que sopra dentro...

O vento que sopra na face é suave,
Gostoso e musical!
Esparge notas de emoções em nosso rosto.
Mas o vento que sopra dentro bate no coração,
E passeia pela alma. Esse é celestial!
E espalha suaves melodias de amor, em nosso íntimo.
Que alimentam a poesia;
Fabricam os sonhos;
E nos transportam aos páramos
Distantes, onde o Sol brilha mais forte,
E a gente se aquece de amor.
É o amor de Deus...

Podemos, então, ir ao encontro do Amanhã!

Nova Friburgo, 02/03/2004 (17h20m).

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