O
gigante adormecido
revolve-se
na cama.
Não
se sabe se é o descanso do progresso
ou
se é o torpor do descaso
que
faz o gigante continuar repousando
naquele
momento.
Até
que um político nacional
enxergue
as possibilidades daquela dormência
e
se apresente como o novo Messias
vislumbrando
florestas
riquezas
naturais
um
imenso subsolo a ser explorado
e
um mercado consumidor ávido por produtos novos.
Haverá
um suco de cupuaçu
em
alguma mesa,
um
baião de dois e até buchada de bode,
enquanto
se ouve os sussurros noturnos
dos
conchavos políticos nos desvãos do país.
E
se ouvirá, também, o ultimo pio da ararinha-azul
e
o último salto do mico-leão-dourado
e
o rastejar derradeiro do jacaré-de-papo-amarelo
e
o desaparecer do tamanduá-bandeira.
Mas,
o novel Messias, vai vestir o uniforme da Petrobrás
vai
bradar que o petróleo é nosso (deles)
vai
tentar por uma mordaça na Imprensa
vai
chamar a classe média de dejeto
fisiológico
de organismo diarreico...
Enquanto
o povo assiste
o
comboio imaginário do progresso
(para
um país do futuro, sabe-se quando)
atravessar
o país
do
Oiapoque ao Chuí.
Josué Ebenézer – Nova
Friburgo,
10 de Novembro de
2014 (15h42min).
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