Mãos
trêmulas
de
jovem sem forças
seguram
maçanetas invisíveis
tentando
abrir portas
pela
esperança que lhe possuía.
Uma
lágrima solitária
despenca
resoluta do rosto
tomado
pelo medo.
Os
olhos já não tinham
o
brilho da juventude:
apenas
apresentavam
o
reflexo da alma
que
já não conseguia sorrir
e
isto não era pouco.
Mas,
alguém lhe deu um cartão
um
pequeno cartão de visitas
onde,
numa porta de madeira clássica,
se
via apenas a inscrição,
em
placa com letras douradas:
– Dr.
João 3.16.
A
jovem guardou o cartão
já
quase destituída de fé.
O
desânimo estampado em seu rosto
denunciava
sua descrença
e
a incompreensão quanto
à
mensagem recebida.
– Dr.
João 3.16.
Tentou
desesperadamente,
por
todos os meios,
com
todas as gentes,
mas
não conseguiu
decifrar
o enigma do cartão
misterioso...
Até
que, passando em frente
à
uma porta de igreja
ouviu
um canto forte, harmônico,
de
um povo que se aglomerava
porta
à dentro do templo.
E
resolveu entrar.
E,
enquanto ouvia os hinos
as
lágrimas desciam fortes,
convulsivas,
e
seu peito se contraía
e
a face se contorcia
jogando
para fora toda a angústia
de
sua breve longa vida.
E
chegou a hora da mensagem
e
o pastor designou:
-
Abra a Bíblia em João 3.16.
Seu
corpo se empertigou
sua
atenção redobrou
e
seus olhos faiscaram esperanças
quando
ouviu o que lhe soou como uma senha.
Creu
que ali estaria a resposta
do
mistério.
Creu
que estava chegando a hora
de
ter seu encontro com a esperança.
E
o pastor falou do amor de Deus
falou
de sua oferta de perdão
falou
da morte de Cristo
e
da possibilidade de restauração.
E
ela ouvia tudo aquilo atentamente
e
enquanto ouvia,
como
num flashback
passaram
por sua mente:
a
fuga de casa,
a
gravidez,
o
aborto,
o
abandono pelo namorado,
a
vida de prostituição,
o
uso de drogas,
o
fundo do poço
e
o desejo de dar a volta por cima:
-
Dr. João 3.16.
O
médico dos médicos, Jesus,
lhe
acena com a possibilidade
de
uma nova vida.
E
ela queria
e
ela cria
e
ela disse,
quando
o pastor perguntou:
-
Eu aceito!
Josué Ebenézer – Nova
Friburgo,
10 de Novembro de
2014 (15h42min).
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