Pressupõe-se
que todos os poetas
sejam
detentores dos mistérios dos céus,
das
armadilhas do coração
e
das inquietações do além túmulo.
Mas,
não quero me ocupar do espírito do poeta
senão
da matéria inorgânica
que
dá origem e formação à poesia.
No
âmago do poeta dá-se a formação da poesia
e
o idioma apenas conduz as palavras
pelos
caminhos da expressão.
Por
que fazemos versos rimados
ou
poesia livre
que
desenham a beleza da moça na janela
e
construímos metáforas com o sol
que
ilumina as folhas verdes da bananeira impura?
E,
por que os poetas do mundo precisam
de
papel e palavras
para
compor poderosos poemas
que
irão contar suas histórias
e
cantar suas emoções
em
quintais nunca dantes visitados
que
sorrirão sorrisos tímidos ou largos
como
se deles se estivesse falando?
Impotente
é o poeta ante o poema que o possui.
Poderoso
é o poeta para o mundo que consagra sua canção.
O
poeta é apenas canal da poesia
para
um mundo sedento de expressão.
E,
quando as torneiras-coração se abrem ao redor do Planeta,
jorra
a poesia universal
de
que é condutor o poeta
que
fala a linguagem do Belo.
Imponente
é a poesia que embeleza a vida.
O
poeta utiliza-se das mesmas palavras
que
constroem horrorosas sentenças judiciais.
Mas,
as torna diferentes
ao
emprestar-lhes os signos de um coração
que
capta a alma humana.
E,
como nas primitivas sociedades,
a
poesia é o totem
que
se ergue com palavras
para
dizer que o ser humano e a vida
são
mais que matéria.
Não
são muitos que entendem isso
– somente
aqueles que têm coração de poeta –
a
formação da poesia no interior da vida.
Josué Ebenézer – Nova
Friburgo,
14 de Dezembro de
2014 (05h25min).
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