Vulcão: as lavas incandescentes
projetam nos céus amedrontadora beleza.
A boca aberta da Terra cospe o fogo da destruição.
Ao redor, árvores e animais
se moldam petrificados ao vento.
A correria silenciosa das lavas é angustiante de ver.
Se não é pego aqui, ali dormente se fará.
Nem os pássaros robustos,
velejadores de ares mais altos,
conseguem escapar.
O calor consome a todos de norte a sul dessa invasão.
Não há dilaceração.
Paralisa-se a vida em corpo intacto.
Mas, no imo cruel, a alma sobrevive a si mesma
e as lavas de fogo são as línguas
da sede infinita de almas inquietas.
O vulcão faz irromper das entranhas da Terra
sua missão de atingir
em agonia os homens sem Deus.
Dos céus, despencam enxurradas d’água,
como um dilúvio reeditado
e na cratera escatológica
água e lava se encontram
no incêndio que não se apaga
sem arrependimento: o pecado!
Josué Ebenézer – Nova Friburgo,
31 de Dezembro de 2014 (13h40min).
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