domingo, dezembro 28, 2014

A UM TEÓLOGO, COM AMOR

A J. J. Soares Júnior,
meu mano querido

Tu és o caçula,
a raspa do tacho
que adoçou a maturidade de papai
depois que a vida, e seus sobressaltos,
levaram a primogênita querida, Júlia,
que emprestara da mãe dele o nome
para lhe render homenagem.

Não é à toa que trazes o nome do velho
no registro.
Eras-lhe o menino temporão,
o pequeno júnior
que perpetuaria na família os joões-josés,
terceiro, dessa dinastia
de gente simples do povo batista.

Mas papai não viveu para saborear
este momento.
Ele já tinha partido há três anos,
quando tu recebestes esta vocação tardia,
porém auspiciosa, para o ministério.
E tu relutastes, mas, a teu tempo
te rendestes àquele que era maior do que
teus sonhos: o chamado.

E tu encarastes toda a luta necessária,
enfrentastes as adversidades
sofrestes os reveses
mas não desististes do ideal
que te ombreava a visão.

Se cá estivesse entre nós, papai
sorriria contido, seus olhos brilhariam
quase umedecidos de lágrimas de alegria
e faria uma oração em tom grave
para louvar ao Deus dos céus por ti, mano.

Conheço, agora, um outro Juninho.
Um jovem pai de família,
um servo do Senhor,
um marido cônscio de seus deveres
que no seminário fez-se teólogo
e na vida fez-se servo.

Conversar contigo agora é
destravar comportas de bênçãos
e ideais que pulsam firmes dentro de ti.
Tua cosmovisão é outra,
teu compromisso com o Evangelho amadureceu,
tua vontade de trabalhar para o Reino é virginal.
Tu tens um compromisso com Deus, o Pai
que funciona como cartão de visitas para a esperança.
Outros leram da Bíblia um versículo apenas,
tu lestes os testamentos
e lestes a Palavra Viva, o Verbo que se fez carne,
e conhecestes as bênçãos do pertencimento
à Nova Aliança.
Que Deus te proteja!

Josué Ebenézer Nova Friburgo,

25 de Novembro de 2014 (23h40min).

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