Pai
do céu, eu sei de onde venho
ou
será que não sei?
Ou
será que o mais forte em mim
seja
a dúvida, a incerteza da
minha
origem?
Eu
sei que venho de Ti,
pois
Tu és a origem de todas as coisas
e
até de mim.
Eu
sei que venho de Ti
através
de um homem e de uma mulher
que
um dia se amaram
ou
que apenas um dia uniram
suas
oferendas – óvulo e esperma –
para
me tornarem um outro ser.
Mas,
não sei quem é este homem
ou
não sei quem é esta mulher.
Só
sei que a parte conhecida
dos
meus progenitores
é
por mim amada.
A
parte desconhecida é
apenas
uma pergunta sem resposta.
Ou,
quem sabe, o todo seja um mistério.
Me
ajude, Pai, a entender
este
meu mundo louco
a
esquecer um pouco
as
minhas crises
e
a viver do sonho de ser alguém feliz.
Pai,
muitos dos meus colegas
vivem
uma crise existencial
fazem-se
perguntas pra entender a origem.
Eu,
além destas, vivo uma crise pessoal:
faço-me
perguntas pra entender meu nascimento.
Não
sei se sou fruto de um caso consentido
entre
meu pai ou mãe e algum desconhecido.
Não
sei se de proveta ou de aproveita mesmo.
Não
sei se originário de um banco de esperma
ou
se vim ao mundo em barriga de aluguel.
Só
sei que vivo a crise da busca do papel
que
hei de desempenhar em mundo tresloucado.
Ajude-me
a entender, Pai, a ilusão em que vivo.
Ajude-me
a vencer ou se apenas sobrevivo
não
sei o que será de mim...
Não
reclamo de amor ou de cuidados filiais.
O
que Te peço agora é que tenha algo mais.
Que
eu não me paralise, ante respostas subtraídas
que
eu não me petrifique ou emudeça a voz.
Quero
dar a cada hora, dia, mês, ano de vida:
o
meu amor para Ti, a minha história querida.
E
Te peço ainda Senhor:
que
todos os meus gestos, sejam gestos de amor;
que
cada palavra minha, expulse erva daninha;
que
cada pensamento grave, seja ave a debicar
alimente-se
rapidamente e após, ponha-se a voar.
Por
isso, meu Pai bendito
só
me resta aqui contrito
minhas
lágrimas e ais
depositar
em oração.
Do
ponto de vista terreno
às
vezes me bate uma dúvida:
eu
não sei se tenho pai
ou
se aquela é minha mãe.
Estou
em grande confusão.
Não
é que me falte carinho
ou
deixe de ser amado
neste
lar onde estou.
É
que me sinto deslocado
e
me perco no caminho
dessa
angústia que restou.
Mas
sei que no aspecto divino
Pai
não há de me faltar!
Por
isso Te peço e clamo:
nunca
me deixes, Pai que amo
e
que sempre hei de amar.
Josué Ebenézer – Niterói
e Itaboraí
(em trânsito, no
ônibus, para Nova Friburgo),
04 de Novembro de
2014 (14h43min).
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