quinta-feira, fevereiro 08, 2018

NOITE DE IGREJA DO INTERIOR

Noite de igreja do interior, balbúrdia infante,
o templo antigo iluminado e sorridente,
os bancos limpos convidando todos a entrar
e as janelas escancarando possibilidades ao infinito...

Noite clara – os céus de estrelas tomado
o pio da coruja no mourão alto da cerca
e o coaxar dos sapos no brejo
dando ritmo aos passos dos que chegam.

Cantam as meninas no pátio,
num ensaio de última hora da apresentação.

Conversam juniores ridentes,
enquanto chutam bolinhas de papel.

Há homens sérios de terno e gravata
fazendo saudações pomposas.

Casais, com suas crianças,
saem de dentro de uns poucos carros.

Alguns rapazes sisudos
descem de sua montaria impecável.

Um alto-falante toca Feliciano Amaral.

Quanto jasmim perfuma o pasto e ao longe
em meio ao capim limão –
copos de leite sobressaem na noite
fazendo a dança do vento...

O dirigente chega e à sua passagem
os mais velhos consultam relógios
e somam-se aos que já estão
dentro do templo iluminado.

Parece que a noite está inspiradora
como os cultos festivos de Natal.
Meu coração se incendeia de luz
e minha voz quer louvar na liberdade do campo...

A Igreja louva em fervente adoração
e o templo já poderosamente iluminado
é fogo puro nos cinco sentidos do corpo humano
maximizados no Corpo de Cristo ali presente.

Noite de Igreja do interior, recordação;
minha infância vem à tona neste dia de sonho.

Como numa visão dos céus minha alma repousa.

Eu vi a luz de Cristo brilhar no mundo!

Josué Ebenézer Nova Friburgo,
02/02/2018 (05h52min).

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