sábado, fevereiro 21, 2015

TREVAS

Tem-se no teto um manto tenebroso
horroroso, o dia nem é feto
abjeto – assombra, o breu malcheiroso

emerge da escuridão um sopro quente
um hálito, um bocejar do firmamento
e, no momento, tormento, o corpo sente

emerge do sopro quente um grito
um apito desenroscado na noite
agito, açoite, atropelo, atrito

tem-se no sopro quente uma chance
apenas um relance, soporífero
dormir, esquecer, perdoar, alcance.

Josué Ebenézer Nova Friburgo,
20 de Janeiro de 2015 (18h32min).


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