domingo, março 23, 2014

A MÃO QUE ESCREVE VERSOS

Nestes dias tão difíceis
De vazio do pensar
Em que o homem agastado
Não consegue mais amar
Nem empatiza com a dor
De todo o que afastado
Precisa, sim, encontrar
Em meio a seres dispersos
Um pouco da paz serena
Da mão que escreve versos
Que extrai alívio da pena.

Nestes tempos exilados
Onde o homem solitário
Não encontra comunhão.
Em que a vida se esvai
Escorre por entrededos
Fugindo da palma da mão.
E o ser cheio de medos
E sentimentos diversos
Precisa de alívio e calma
Da mão que escreve versos
E traz a paz para a alma.

Nestes dias tão sofridos
De violência e temor
Os indivíduos perdidos
Da vida, não têm sabor.
Quando o horizonte se turva
E não há sonhos na curva
Pra se expandir e firmar
É preciso insistir e crer
Que de valores submersos
O mundo a paz há de ver
Da mão que escreve versos.

Em tempos de desespero
De angústia e ilusão
Em que a vida sem tempero
Caminha na contramão.
É a esperança que some,
A alegria que já não há,
É a droga que consome,
proliferação de gente má.
Faz surgir, Senhor, emersos
os poemas em seu Nome
dessa mão que escreve versos.

Josué Ebenézer – Nova Friburgo,

19 de Março de 2014 (08h09min).

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