terça-feira, março 18, 2014

ODE À CANTAGALO

Cantagalo, celeiro da terra fluminense
polis do ouro,
fonte do tesouro
que esgotado no subsolo
aflorou na superfície da terra
para florescer nos corações de sua gente.
Terra em que pisaram Coroados e Goitacazes
que atraiu o “Mão de Luva” na insana busca
do ouro fácil dos rios Macuco, Negro e Grande.
Terra onde o galo cantou para expulsar a bandidagem
e fazer dos “Sertões de Macacu”
a Cantagalo que hoje conhecemos.
De seu solo brotou a esperança
na explosão criativa das sementes
que fizeram colher café, milho, feijão
fruto do trabalho de cada mão
que se lançou ao labor da semeadura
para que houvesse a sega da abastança.
Terra que atraiu a mão de obra escrava
que com robustez o progresso destrava
e a quem seus habitantes prestam tributo
ao negro, ao índio, ao matuto
patrimônio econômico e social da região
que ajudou a construir esta nação!
E como herança desse passado de esplendor
o imponente Palacete do Gavião
que até hospedou um Imperador.


Cantagalo, berço de gente que se fez ilustre
que emprestou ao seu torrão natal, o lustre
de vidas nobres a serviço do bem.
Nestas plagas uma história começou a ser escrita
quando Euclides da Cunha por aqui nasceu
e retratando a Guerra dos Canudos
a obra-prima, “Os Sertões”, ao mundo deu.
Foi em seu solo que despontou Rodolpho Albino
o farmacêutico e militar, algo poeta
que dedicou a vida ao estudo das plantas
e pesquisou drogas por que tinha a meta
de construir existência sobranceira
e publicar a Farmacopeia Brasileira.
Destes rincões ganharam o mundo
gente como Eduardo Chapot Prévost
o médico-cirurgião e cientista
que no alvorecer do tempo novecentista
foi pioneiro no ensino da histologia e cirurgia
tornando-se mundialmente famoso pela operação
que promoveu das xifópagas a separação
sendo esta a primeira experiência do ramo.
Daqui também partiram Augusto Ramos
e o historiador Accacio Ferreira Dias.
Este, um venerável da maçonaria e prefeito
Aquele o engenheiro que tornou possível pelo bondinho
para o Pão de Açúcar encontrar novo caminho
e enxergar a Cidade Maravilhosa de outro jeito.


Cantagalo, incubadora de sonhos e esperanças
cidade onde quem faz suas andanças
repousa nas suaves asas do amanhã.
Terra de gente que bebe o doce licor do porvir
propondo a seus filhos novo tempo que há de vir
e preenche a existência dos sabores da fé.
Nesta cidade plantada na serra por Deus
os que nela se acham, ao medo dão adeus
com desvelo se agigantam  e atapetam
a estrada da vida com as flores do bem.
É por isso que Cantagalo sendo velha é jovem
sendo pequena, é grande;
e quem nela tenha tido o prazer de desfrutar
de sua gente a convivência e também o sonhar
sempre em troca recebe, o ânimo e a coragem
pra construir uma vida debaixo dessa aragem
superando a desdita e toda espécie de mal.
Por isso, Cantagalo, nestes seus duzentos anos
renove as energias e refaça os seus planos
pois a glória do passado o amanhã já conduz
e a glória do futuro tem um nome, tem um jeito
é sua gente dedicada, o seu povo sonhador
que convida o mundo inteiro a viver cada feito
e participar da vitória, pra receber o louvor.
Reúna sua gente e continue essa história
história que vale a pena, que é linda de cantar
pois a alegria, quando em cena, favorece o amar.


Josué Ebenézer

Nova Friburgo, 02 de Novembro de 2013 (22h42min).

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