sexta-feira, março 03, 2017

VERSOS CELESTES – IV

Sei poucas coisas e não sei outras tantas.
Não sei o Dia da Volta do Senhor
e, ninguém o sabe, só o Pai
mas posso viver como se fosse hoje:
preparado para o encontro com meu Rei;
sei que vale a pena viver esta Esperança.
Não sei quem é salvo e quem não é,
mas posso identificar os frutos adocicados
pendendo do caráter dos que frutificam,
posso desenhar um sonho nas nuvens
e enxergar vidas se aproximando do Mestre.
Não sei quantos vão crer,
mas sei lançar a semente, preparar os solos,
para que as recebam com alegria.
E sei revelar a fé no meu dia-a-dia
fazendo a caminhada diária do discípulo
que não se enclausura na fé
mas vai ao encontro do perdido
obedecendo o ide.
Não sei quem vai colher
e quando será o tempo da colheita,
mas sei que preciso semear
e sei quem é o que dá o crescimento.
Não sei como será,
mas sei em quem confiar.
Ainda não vejo nada,
mas quando fecho os olhos
abrem-se as janelas da oração
e exerço a visão do sonho.
Sei ofertar, lançar uma moeda,
ouvir o tilintar no gazofilácio
dos sons da multiplicação da esperança.
Sei orar, depender de Deus,
levar comigo o sonho
num passeio pelo Jardim da Vida,
sentir comigo a doce bonança
do semeador que com confiança
não se sobressalta com as intempéries,
pois o dono da lavoura é Senhor de tudo.
Sei passear meus sonhos por vias desconhecidas
e mesmo que não saiba onde vai dar
como Abraão saio determinado,
pois sei que Deus vai mostrar
em que fim de estrada
o sol vai se acender pra colheita.

Josué Ebenézer Nova Friburgo,
23/02/2017 (05h54min).

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