segunda-feira, outubro 27, 2014

A MINHA DOR TINHA UM NOME

Aconteceu em tempos idos de mim
no Templo Batista. Uma certa angústia,
certo vazio, ansiava por alívio

para acabar com a dor. Era um tempo
em que pastores pregavam a Palavra
e eu descobri que o que eu tinha

era uma dor moral. E mais: essa dor
tinha o meu nome. Os púlpitos
eram uma efervescência de teologia bíblica.

O pastor pregava suave, mas com autoridade
e era como se suas mãos, que se moviam
coordenadas, abrissem meu coração.

Você não saberá jamais tudo o que a Palavra viva
pode fazer em uma vida, quando um coração
se abre para receber Deus com alegria.

Aqueles sermões bíblicos eram setas de amor
que me flecharam como cruz:
a minha dor foi carregada por Jesus.

As palavras do Evangelho traziam todas
o meu nome. Meu nome estava escrito
com as tintas dos meus pecados.

Envergonhado. Já não assisto mais cultos
como aqueles. Purificado. Foi o que
aconteceu comigo já lavado pelo sangue

de Cristo. Agora os cultos são festas
e continuam a dizer que a minha dor
tinha um nome. Mas o culto é só adoração.

E tem gente simples no corredor e aperto de mão
e tem sorriso nos rostos e muito louvor
e quando, no templo, me uno a um corpo espiritual.

Entre cansaços da vida e aridez do mundo
meu ser resoluto persiste no caminho a dizer:
Maranata! Vem Jesus, me leve para a glória!

Josué Ebenézer Nova Friburgo,

16 de Agosto de 2014 (05h45min).

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