sexta-feira, outubro 31, 2014

A ESPERA

Para o poeta, a espera é a antessala da criação.
Filha da burocracia,
do jeitinho brasileiro,
dos atrasos recorrentes,
do trânsito caótico,
do descompromisso do cidadão;
a espera é um instituto nacional
erguido sobre o solo da leniência.
Quantos bilhões de reais
são perdidos pela Economia
nos zilhões de horas ociosas
nas filas eternas,
nos congestionamentos do trânsito,
nas salas de espera?

Para o poeta não há espera;
há o encontro com a palavra bruta
na antessala da poesia.
A espera destrava a criatividade
naquele que não se abate
mas deixa os rios da poesia
fluírem dos limites
ociosos do tempo.

Josué Ebenézer Rio de Janeiro,

26 de Agosto de 2014 (11h59min).

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