segunda-feira, outubro 13, 2014

A ESCOLHA CERTA

O louvor eclesiástico dos domingos
levantava-se no culto e se expressava.
No templo humilhado para além dos vitrais
apinhavam-se rostos de pessoas normais...
A lágrima escorria com esperança dentro.
Falavam mais alto, as mãos levantadas
que liberavam adoração, e pediam perdão
nas faces de óculos,
com maquiagem,
ou de cara dura mesmo...
Quem olhasse aquela gente por olhos crédulos
enxergaria dúvida, hesitação;
mas, também, desejos espirituais
escorrendo música de lábios cantantes.
Para quem? Do lado de fora o rio malcheiroso
sonhava renovação com as águas
das fortes chuvas que revolveriam seu leito.
Aquela gente sabia que os rios de Deus
também podiam lavar sua alma.
O louvor era para Deus, mas o resultado
para cada coração crente que
se deixasse absorver da música de Deus...
Para Deus. Sem esperar nada em troca,
os dentes brancos se mostraram
alvos no sorriso da paz.
E o louvor do templo pequeno,
da simplicidade da adoração,
ganhava os céus
e os nomes dos adoradores foram trocados:
Exaltação, Pai de adoradores, Intensidade,
Mãe de alegrias, Filhos e Filhas da promessa,
Anjos da paz, Mensageiros da Unidade...
Não havia fingimento!
Uma canção de louvor cruzava o vazio,
a alegria estilhaçava o gelo,
o calor espiritual era mais que o humano...
E os rostos anônimos
nos bancos da velha igreja perfilados
ganharam expressividade
e provocaram uma nova identidade
na singeleza do louvor genuíno
de quem escolheu Deus para adorar.

Josué Ebenézer Nova Friburgo,

19 de Julho de 2014 (10h57min).

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