terça-feira, julho 29, 2008

FLOR BELA

A Florbela Espanca

Tu és a flor que o jardim da poesia apresentou
para eternamente amar e amar perdidamente.
Teu amor não é feito de palavras que vento levou
ou que águas correntes, abissais, afastou da gente.

És a primeira flor da primavera, quando o sol reluz.
E que um passante atraído, pelo amor envolvido,
no jardim da vida colheu pra si - mesmo sem fazer jus -,
para reter hoje e sempre teu perfume esquecido.

Tua volúpia me encanta, quando meu ego estanca.
Este jeito de amar sem amar: Fazer poesia!
No frasco do pensamento reterei teu sentimento.

E sempre que a nuvem sombria, em uma noite fria,
me atravessar o andar. Inalarei do amor sete gotas,
vestir-me-ei de frases marotas, e por-me-ei a amar...

Nova Friburgo, 10 de Abril de 2005. (13h45m).

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