O
rosto redondo
sobressaía
ao corpo volumoso
entrevisto
por frestas
no
balcão do banco.
Aquele
rosto fez-me enxergar os outros;
os
enigmáticos rostos
que
encimavam corpos
cansados,
suados,
gastos,
de
tantos trabalhadores
que
recebiam salários,
empunhavam
boletos
e
viviam sua cota mensal
de
felicidade de pobre:
pagar
as contas...
Algum
sorriso alvejava rostos
que
entabulavam conversas miúdas:
trivialidades!
Esporadicamente,
um
causo mais engraçado
que
aflorava risos
e
concentrava atenções.
O
painel eletrônico teimava
em
lenificar o processo.
A
lentidão do atendimento
era
inversamente proporcional
à
rapidez do desaparecimento do dinheiro no bolso
quando
chegava a vez de cada um...
Mas,
o alarde do lado de fora
anunciava
que algum tinha sido reservado
para
o churrasquinho do fim de tarde, início de mês.
Os
tipos humanos são múltiplos,
mas
a psique da raça, no inconsciente coletivo,
apontava
em direção ao eterno pão e circo.
Josué Ebenézer – Nova
Friburgo,
11 de Agosto de
2014 (14h37min).
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