segunda-feira, outubro 27, 2014

OUVIDOS DE PAREDE

Escrevo para as paredes
que, já se disse, têm ouvidos.
O que é escrito vai para as redes:
versos egóicos, desinibidos.

Escrevo por causa das paredes:
hoje já não há poeta em solidão.
Se alguém descobriu minhas sedes
que dessedente o próprio coração.

Escrevo cercado por paredes
expondo este meu mundo interior.
Diria o sábio: - O que não vedes,
do poeta, traz a marca do amor.

Escrevo sabendo que as paredes
não limitam o meu Universo.
Aos outros, diria: - O que não ledes,
eu digo ao mundo em cada verso!

Josué Ebenézer Nova Friburgo,

23 de Agosto de 2014 (04h01min).

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