segunda-feira, outubro 27, 2014

ESTRANHO MODO

Estranho modo de andar entre pessoas
e achar engraçado os circundantes.
Estranho modo de perceber diferenças
e interceptar olhares vagos.

No meio dos edifícios verticalizados das urbes
me sinto doente de gente, solidão de turba:
a minha cura é o poema que agora nasce
em meu coração.

A cura, porquê, se não, é solidão
é desinteresse, é frustração.

Para caminhar com a cura na alma
minha cura deve ser aprovada
pelos que trazem a poesia no grito,
pelos que evocam guaches opacos
e colorem cenários de papel.

Minha cura deve ser conduzida
por um poema contínuo, Universal,
que se desgarra do meu pensamento
como chuva fina a regar o solo da existência.

Por isso, enquanto me curo desse mundo,
deixo escrito na imensa folha branca da vida
estendida à minha frente
o poema da existência...

Josué Ebenézer Nova Friburgo,

10 de Agosto de 2014 (10h23min).

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