Olho
para o outro
e
tento enxergar a mim mesmo.
O
outro sou eu.
Mas
o outro é feio, é mau.
O
outro não ama, não valoriza.
E
eu procuro encontrar no outro
os
traços que me delimitam:
sou
o que o outro espelha de mim.
Mas
o outro é cruel, o outro trai,
o
outro me desqualifica.
E
eu tento fugir do espelho,
mas
o espelho da vida é octogonal
e,
pra onde me viro, me vejo
e
esbarro comigo mesmo,
com
meus limites
e
minhas imperfeições...
E
o meu próximo –
mais
próximo de mim mesmo –
quem
mais seria, se não eu próprio?
E
eu não sei se rio ou se choro.
Só
sei que verte de mim mesmo
mais
do mesmo, mais de mim.
Então,
desisto!
Não
tentarei mudar o outro.
Mudar-me-ei!
E
farei o mundo melhor.
Josué Ebenézer – Nova
Friburgo,
04 de Agosto de
2014 (15h43min).
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