terça-feira, dezembro 26, 2017

POEMA DA MANHÃ SEGUINTE AO NATAL

Ela está na rua plena de vida
em frente ao meu portão traz seus sonhos
em corpinho frágil de criança pobre.

Seus olhos adicionam à face a interrogação do amanhã.

Pequena e franzina, porta uma sacola
onde pretende recolher as sobras do Natal dos outros.

No seu olhar brilha a humanidade perdida,
o paraíso distante, a estrela que não apareceu:
um John Milton de saias tentando recontar o Evangelho.

As flores daquela rua não estão brotando
e ela toca a campainha com a sacola vazia.

Ela é da altura do amor de todos nós!

Mas somos tão individualistas em nossos natais...
– e em tudo mais –
que não enxergamos na criança inominável
uma manjedoura humana pra Jesus nascer.

A manhã seguinte é a oportunidade que temos
para provar pra nós mesmos que o nosso Natal foi verdadeiro!

Josué Ebenézer Nova Friburgo,
26/12/2017 (06h06min).

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