sexta-feira, setembro 08, 2017

UM FIM DE SEMANA

Passamos os dias úteis
esperando pelos outros
que nos são mais desejáveis.
Seriam aqueles inúteis
e estes, dos fins de semana,
um paraíso, oásis?

As cabeças voejam
pés caminham autômatos
por entre salões, corredores
comércio, indústria ou cultura
compõem aberta sepultura
para quem o trabalho é ópio
que anestesia o prazer
e que anseiam pelo ócio
do breve fim de semana.

Você começa a segunda-feira
já carregando no bolso
a entrada do show do sábado.
Você passou pela porta
do escritório ou fábrica
mas seu coração não entrou.

Você carrega na terça,
um caderno em suas mãos
dentro uma fotografia
e o bilhete amassado
do evento edulcorado
que o tempo já levou.

Talvez não queiramos muito;
o pouco seja suficiente:
um guaraná brasileiro,
pequena fatia de pizza,
e alguém ali à frente
com um sorriso no rosto
e sinceridade no coração.

Tem gente que vive
três milheiros de fins de semana
pra descobrir que a felicidade
estava nas pequenas coisas
e nos dias que tornamos úteis
pela doce alegria de viver.
Mas, como o tempo é implacável
quase sempre não há chance
de sequer se arrepender.

Josué Ebenézer Nova Friburgo,
31/08/2017 (04h51min).

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