sexta-feira, abril 10, 2015

COLORIDO

A igreja não é e nunca será
um museu de santos
coleção de espécies raras
da fidelidade, do amor
expressão de graça ou favor
de homens que abandonaram
a história para entrar
na eternidade.

Não é a quintessência
da solidariedade, abnegação
gente que renuncia o próprio eu
para se fazer presente
(em espécie ou pré-datados)
nas mesas dos necessitados.

Nem o conjunto de indivíduos
que, devido, ao seu arrependimento
deixaram o tormento da vida
para alcançarem vida mansa.

Nem também oásis da patuleia
que perdeu o fôlego da competitividade
e abandonou a sociedade
para aproximar os céus da terra,
Deus, dos homens.

Muito menos o perfume cheiroso
do mar de rosas glamoroso
evaporado dos sonhos crédulos
de quem acha que a porta mais fácil
para a tal da felicidade,
e o caminho da prosperidade,
são os umbrais do templo divino.

A igreja é o milagre do renascimento
flor que floresce na fresta do asfalto
reduzindo o acinzentado da existência.

Josué Ebenézer Nova Friburgo,

25 de Janeiro de 2015 (14h55min).

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