segunda-feira, julho 27, 2015

POEMA-BORBOLETA



Meu poema ganhou asas
voando leves palavras
mais leves que o vento
tão livres como pensamento
que não pode ser contido.

Meu poema, borboleta,
uma viagem de lambreta
vento sul a bater no rosto.
Poema que não se caça
se domestica em casa.

Meu poema, magra ideia,
querendo muito engordar.
É poesia latente
que voa do coração crente
praquele que fez sonhar...

Josué Ebenézer Nova Friburgo,
22 de Junho de 2015 (20h24min).


POEMAS SÃO ROSAS...



Poemas são rosas
abertas para a vida.

Poemas são rosas
que nascem mudas
no coração do poeta;
crescem botão
no papel branco;
desabrocham rosa
na mente do leitor.

Os versos são pétalas
que se soltam com o tempo
e ganham vida própria
ao espargirem cheiro de poesia
no coração germinado.

O texto que se faz poesia
é aquele que desabrocha
rosa de pétalas formosas
mais firme que uma rocha
em cujas pétalas mimosas
exala o perfume da alegria.

O poema é qual rosa
liberta da roseira-prisão
que circula pelas festas da vida
seguindo a voz do coração.

Josué Ebenézer Nova Friburgo,
22 de Junho de 2015 (20h05min).

CACTO CASEIRO



A esposa quis o cacto
que viu na rua.
Comprei.
Dei-lhe de presente.
Ornamenta a sala.
O cacto cresceu.
Já está maior
que uma criança
de oito anos.
“Meu pequeno Hulk.”
Não tem cheiro,
mas tem forma
e cresce ereto
como um
totem ecológico
a anunciar
que há vida
quando há amor.

Josué Ebenézer Nova Friburgo,
22 de Junho de 2015 (19h50min).

QUE SÃO AS PALAVRAS?



A intimidade com as palavras
ensina que elas têm cheiro e cor,
que é possível descobrir seu sabor
e que nelas há um universo subterrâneo
que é preciso trazer à luz.
Quem chega pensativo
ao mundo silencioso das palavras
sai sorrindo
trazendo pra claridade
seus signos e canções.

Josué Ebenézer Nova Friburgo,
22 de Junho de 2015 (15h56min).


O POETA AMADOR



O poeta amador
escreve poemas
porque ama a poesia.
Escreve o que pensa ser
ou escreve pensando que é,
mas, escreve.
Escreve,
porque representar
por palavras
o desejo queimante
do coração
é mais forte.

O amador de poemas
escreve ou lê poesia
porque a própria
o conduz pelos braços.
E não importa como seja:
breve ou longa
simples ou profunda
romântica ou filosófica...
O amador de poemas
vai junto e, quando vê,
já está mergulhado
nas profundezas poéticas.

Josué Ebenézer Nova Friburgo,
22 de Junho de 2015 (15h53min).