Tu não trazes para mim
qualquer pergunta
que apareça sequer em teu
olhar;
não me ofereces nenhum
brilho pra dúvida
e nem um pálido sinal de
esperança;
não há reflexos
fantasmagóricos
dessa inquieta, incrível
cosmogonia
que em teu interior
rejeita o caos;
tuas perguntas não são
filosofia
que eu possa, enfim, me
debruçar;
teus mistérios não são a
poesia
que me faça, por fim,
querer amar.
Tu apenas levas sonho como
a florista
que percorre toda a feira
com leveza
de quem poucos adquirem um
arranjo
(que transfere graça, pra
casa e mesa)
e quando não vem, sente-se
falta.
Devo confessar que inda
não achei
outro alguém que me faça
indagar
outro alguém que me faça
percorrer
com os olhos o ciclo da
existência
com a mente os arcanos da
ciência
nesse afã de um sentido
interior.
Em teu vazio me encontro a
procurar
na tua falta eu me vejo a
preencher
na tua expressividade
simbólica
eu me indago inquieto pela
vida
e me descubro a buscar um
sentido
um sentido qualquer, uma
utopia
do compreendido e do não
compreendido
ora vem, sobre mim vem
Poesia.
Josué Ebenézer – Nova
Friburgo,
26 de Julho de 2015 (05h55min).
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