Tiras, com receio a brasa; ela queima, aquece
os lábios;
tua boca incandescente encanta o auditório,
teu coração tem inspiração que vem do imo,
teus ouvidos absorvem novos apelos,
no templo o bater de asas sobressai,
os Serafins são alimentados pela música,
inquieto pelos Serafins, levantas o olhar,
sorriso e lágrimas ganham tua face;
o que mais poderá arrebatar-te –
Eis-me aqui, Senhor!
A brasa, com reverência inaudita, acende
esperanças,
a tenaz se movimenta com a brasa,
cheia de vivacidade, choca-se com o ar,
o fogo vermelho, os olhos ardem,
e assim no templo cheio
todo o ambiente é tomado de viva fé.
O trono se eleva, sobrepõe-se à nave,
e projeta pelo ar o manto do Senhor.
Sublime e pleno, Deus se mostra na música
dourada.
Os umbrais das portas se movem
e os Serafins batem as asas, e sentem
que a presença do Maravilhoso produz paz
e os alados seres voejam sobre floridos
trigais.
Eis-me aqui, Senhor!
A fumaça sabe falar,
as vozes dos Serafins seguram a comunhão pela
alma,
no templo, os alicerces tremem, e há clamor.
Os mensageiros dizem da Santidade de Deus.
Um temente sabe como outro temente amolecer.
Eis-me aqui, Senhor, não sei pra quê mas,
eis-me:
confesso eu, neste culto e terrível templo
sou homem de impuros lábios e estou perdido
e eu moro em meio a gente impura e lábios
falsos me rodeiam e eu vi meu Rei,
o Senhor, o Todo-Poderoso. Morrerei?
Alguém sentirá minha falta? Existe alguém que
pensa?
Tu dizes: um enviado meu estará contigo...
Sem explicação. Senti o toque da brasa
que veio do altar e houve purificação
e meus lábios ganharam vida
e senti meus pés arderem na caminhada do fogo.
Nenhum medo me assusta e prossigo curado e sem
dor.
Josué
Ebenézer – Nova Friburgo,
28
de Julho de 2015 (12h04min).
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