domingo, julho 06, 2014

O QUE EU POSSO LHE DIZER...

O que eu posso lhe dizer
é que a poesia acaba onde começa o rancor,
onde finda o pensamento e vigora o palavrão,
onde a ordem do xingamento já encontrou o seu chão.
A poesia é frêmito que precisa se expressar,
tem sol, brilho e cor e tem raio de luar,
tem filho, mãe, criança e um fio de esperança
tem palavra em profusão...
Poesia é verve de vida e pepita do coração.
Sei que a morte trabalha constante
pra matar relacionamentos e acabar com a expressão;
impedir os sentimentos e extinguir a comunhão.
Sei que a morte é uma espada que atravessa a poesia
e a morte do idioma – não expressar, nada dizer –
é outra forma de aniquilamento que propõe outro sofrer.
A poesia começa onde inicia o amor
gira forte pela cabeça e renasce como a flor
a poesia transpassa a folha de papel branco
inscreve na cultura de um povo: sua luta, seu sonho, ideal
desentranha valores sagrados de alcance universal.


Josué Ebenézer – Nova Friburgo,

17 de Maio de 2014 (15h30min).

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