domingo, julho 06, 2014

INCERTAS HORAS

Na Grécia – onde nunca estive
(e não sei se estarei)
exceto pelo sábios
que me fizeram visitá-la,
que a descortinaram ante meus pensares –
Platão apresentou-me o mito da caverna,
o fio de luz de realidades
até então desconhecidas...

Recordo-me que ainda não tinha
completado meus quinze anos
quando o real tomou de assalto
o lugar dos sonhos eclipsados.
E eu, relutante, tinha dúvidas
sobre o ficar no mundo
dos pés no chão ou seguir voando.

O pensamento,
o gosto travado na boca obtusa,
o sol de meio dia:
no transatlântico obeso
nas águas turvas
no leme desgastado
de tanto navegar sem ter onde ir.
Tudo estava cheio de uma meiguice majestática...

Palavras longas carregavam emoções
e o píer-ponte, entre o mar e as pedras,
chacoalhava as ideias cor de jambo
de uma vida abrupta e feliz
quando finalmente decidi escalar
o paredão escarpado e
me envolver com o mundo lá de fora
das outrora sombras do viver
sem medo do mar encapelado...

Josué Ebenézer – Niterói,

16 de Maio de 2014 (21h55min).

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