sábado, novembro 01, 2014

A CRIANÇA DA JANELA

Esta criança sujinha é de uma pureza sem igual
tem sentimentos guardados no coração
que os adultos desconhecem.

A mudança dos tempos
e os ventos que sopram contrários
em sua casa de favela
faz com que veja da janela
o homem que leva o irmãozinho
(que a mandaram chamar de pai)
para desconhecido lugar.

Quem pode fugir daquele olhar?
De olhos investigativos e penetrantes
que sondam o mundo cruel
a se esfacelar na primavera?

Leva um violino no peito
aquela criança de olhos expressivos
que geme canções de esperança
sem alaridos grandiosos –
apenas sofridos e chorosos
desejos de petiz sensível...

É uma criança suja
que aguarda um banho de amor
para se tornar anjo
tão logo seus olhos vejam a paz de um sorriso.

Josué Ebenézer Nova Friburgo,

17 de Setembro de 2014 (05h15min).

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