sexta-feira, outubro 03, 2008

MANHÃ REBELDE

Procuro um algo que ainda não sei
por entre esta manhã que ainda não vi
por entre um frio que neblina faces,
chamusca lábios,
arde esperanças...

A manhã se rebela contra a existência:
manhã soturna,
noturna,
que ainda se esconde,
por detrás dos montes.
Manhã que teima em não acordar.

Do sol não há vestígios.
Como também não se vê o clarão
desta louca obsessão,
desejo de existir.
Procuro razão
e no ir e vir da manhã sem sol
improviso um canto
à beira-monte.
E o vento uivando
por entre pedras e árvores
faz chacoalhar o mundo
de uma melodia triste
enquanto assentado sobre o feno
dou um grito profundo
com o dedo em riste
a sonhar com um dia ameno.

Nova Friburgo, 31 de Dezembro de 2006 (9h52min).

Nenhum comentário: