domingo, junho 19, 2011

ORAÇÃO PELOS CASAIS

A Katinha e a todos os casais do
Jantar Romântico 2011 da IBP


Nesta noite tão romântica
Ao som de suave música
Tendo você bem perto e
Sentindo o frescor do vento...
Eu paro por um momento
E rogo a Deus meu Senhor:
Que o amor como a quântica
Mesmo com ondas incertas
Ensine nesta dualidade
Que amar o ser desperta
E à vida traz mocidade.

À luz bruxuleante
Em velas que já se apagam
Num saboroso jantar.
Eu vejo os olhos teus
Mirando os olhos meus
Nos mistérios do amar.
Por isso rogo ao Pai
Que esse alvo sorriso
E essa mão tão perfume
Traga-me sempre um afago
E leve pra longe o amargo
Da dor e qualquer ciúme.

E nessa oração que faço
Ergo as mãos para o Alto
Agradecendo por ti!
És minha amada querida
Amor da minha vida
Que quero ter sempre ao lado.
Não será jantar romântico
Ou mesmo presente caro
Até beijo de ocasião
Que dirá o que sinto e fito
Pois se sigo o meu faro,
Acordes do coração
Nosso amor é infinito!

Nova Friburgo, 18 de Junho de 2011. (16h35min).

quarta-feira, junho 01, 2011

MOMENTOS



A Lindsey Batista Colombani e família

Pousa sobre mim a paz do alto;
a paz do indizível.
Volto-me para todas as direções possíveis:
O horizonte é curto, mas prazeroso,
pois as montanhas, as árvores e o casario nórdico
infestam o cenário de um bucolismo santo.

Paira sobre mim uma paz de espírito,
pois estou em companhia agradável
onde a família se solidifica com a presença de um
aniversariante que produz alegria, satisfação
e dá presente – na contramão da história –
onde o relacionar-se é sobrepujado
por quimeras atordoantes...

Não há mais sol e a bruma da tarde
conduz à uma noite de mistérios.
Os corpos se revestem de uma rouparia infindável
para enfrentar o frio de Campos do Jordão.
E a valsa dos vultos celestes –
pássaros que se recolhem,
sombras fortuitas de gigantescas árvores
que conversam entre si no cochicho do vento
em meio às suas folhagens –,
fazem a dança do Universo de mistério e amor
que entrelaçam familiares que se amam.

Na mesa do restaurante, os quitutes se revezam
em meio aos comensais que entabulam
conversas de amizade.
O tempo para!
E uma coluna de fumaça se ergue -
vertebralmente -
qual escada dos sonhos jacobinos
a indicar que também diante de um saboroso prato
é lugar de Deus estar presente.
Onde há amor; há vida, há Deus.

Descerram-se os panos de mais um ato da vida
e voltamos a sentir a brisa da noite fria
a acariciar o rosto ardente em brasas de satisfação.
O carro desliza silente serpenteando ao longo da estrada
no desfecho do dia.
Há sempre um retorno.
Há quem descanse.
O silêncio se faz.
Há quem não dorme nunca.
Há quem nos guie sempre.
Deus vela por nós.
Há recordações eternas...

São José dos Campos (SP), 29 de Maio de 2011. (07h38min).

DEPOIS DE TUDO, AINDA FALTA...

A Annelise & Alexandre

Irmãos, quando as portas se fecharem e uma barreira crescer
[diante de vossos olhos
e turvo sentimento tomar conta do coração;
quando o existente tiver desaparecido e o real já não for o que parecia antes
[até porque o antes sumiu;
e as pernas bambas perderem o rumo já que a cabeça não quer comandar
e o destino que era certo se perdeu logo ali na esquina:
procurem-me e vos darei uma canção.


Vos darei uma canção, como quem escava a lama, como quem fabrica um
[tijolo, como quem constrói uma casa.

Que fazer diante do desafio, se há que se recomeçar? Recomeçar.
Que fazer diante da caminhada, se a estrada é longa? Caminhar.
Que fazer diante do nada, do sonho desmoronado? Voltar a sonhar.

Dar-vos-ei uma canção e não é só minha.
É uma canção que chegou um dia na minha vida e suaviza sons de esperança
[no meu coração.

Há muito que fazer depois de tudo que se passou...
Os amigos perguntam com os olhos, indagam a razão da esperança
[que há em vós;
os irmãos estendem as mãos e convidam para o aperto da solidariedade;
os vossos filhos, ah, os filhos que são o horizonte renovado do amanhã,
[que já começa a encontrar um porto seguro...
estes filhos vão perguntar no futuro:
- papai, mamãe, onde está nosso chão?

Dar-vos-ei uma canção que recebi de Deus.
É a canção do Senhor em terra estranha (Sl 137.4).
Uma canção difícil de cantar (que até Israel engasgou na melodia),
mas que os filhos de Deus cantam sempre, até em lágrimas;
mas cantam sempre, pois ela é o alimento da esperança.

A resposta para todos; vós dareis com ações.
Dareis respostas com a determinação de vossos gestos;
a fé de vossas palavras;
o brilho de esperança de vossos olhares...

Que minha canção seja o toque suave do Espírito em vossos corações;
que ela produza cócegas de risos de alegria em vossos dias;
que ela faça massagens suavizadoras para expulsar o cansaço;
que ela sibile sons de harmonia em vossos ouvidos.
E que o milagre da reconstrução seja como o preencher do vazio com a
[habitação;
como a semente que morrendo germina a árvore;
como o fruto que maduro, seduz e produz encantamento.
Para tanto, creiais como o salmista: “o SENHOR mandará a sua misericórdia de dia, e de noite a sua canção estará comigo, uma oração ao Deus da minha vida” (Sl 42.8).

Nova Friburgo, 03 de Abril de 2011. (07h43min).

SÓ DE PENSAR

A Madalena & Gerbert

Os pombos estão ciscando na avenida.
As aves parecem cochichar.
E comem.

(E faz sol; e minha mente arrisca
olhares sobre a montanha.)

com esperanças que jamais se sentiu
(que tudo é enquanto
– enquanto ¬–
não sopra o Vento).

Basta sermos.
E conquistarmos
aquilo que o Espírito vai indicando ao Tempo.

Nova Friburgo, 04 de Janeiro de 2011. (07h14min).

TODA EXISTÊNCIA É TEMPORÁRIA

A Família Lima (Leonel, Rose e João Victor)

Que tudo é enquanto não sopra o Vento –
e a estrada à nossa frente serpenteia
as sensações do infinito
das emoções e do asfalto
enquanto canções,
do fundo do coração,
acenam esperanças
(que tudo é enquanto
não sopra o Vento)
– não sopra o Vento –
E se a vida impõe novos ritmos
os ritmos
da vida
melhor não sermos o que somos
(e as incongruências)
não saber o que sabemos
(e as inseguranças)
que não há vento maior pra soprar
sibilando paisagens novas no horizonte
novas
com esperanças que jamais se sentiu
(que tudo é enquanto
– enquanto ¬–
não sopra o Vento).

Basta sermos.
E conquistarmos
aquilo que o Espírito vai indicando ao Tempo.

Nova Friburgo, 04 de Janeiro de 2011. (07h14min).

ESTAR AMANDO

A Queila e Fábio
em seus 09 anos de matrimônio


Estar amando não é só estar nas nuvens
nem só sentir que há água para borrifar
o solo da esperança.
É agüentar o tranco dos trovões
e desabar sorrisos nos canteiros
da felicidade.
É viajar no horizonte turvo,
mas também aquecer-se ao Sol
do meio-dia do amor.
É o amar.
E se abrir para o azul do firmamento.

Ser cônjuge é aprender na
escola da vida a conjugação
dos verbos amar e esperar.
E como o solo espera o parto
das nuvens gestantes de água;
o amor aguarda a abertura das
torneiras dos sonhos.
E o amor caminha esperanças
na frutescência do árbol de Eros
ao encontro do Amanhã.

Somos então os sonhos e os desejos
e somos a fé e a realização
e continuamos amando e vivendo
porque somos as nuvens e
também as chuvas de bênçãos.

E somos o orvalho e o calor.
Somos o ser assentado no feno
contemplando o futuro. E a fé.

Nova Friburgo, 25 de Dezembro de 2010. (11h30min).

BORBOLETA SONORA

A Adriana e Cláudio
em seus 25 anos de matrimônio


Vasculhávamos, silenciosamente, uns sonhos.
Sonhos performáticos que se mostravam
em neblinas humanas de inconstantes dias
e uma visão incontrolável – amável –
irresistível de árvores e galhos de árvores
e folhas de árvores em variegadas matizes verdes
e todo o baloiçar das folhas: era a realização.

– Amor, escuta o que digo. Não é mais o começo
porém, não é o fim. Estamos no meio. O começo está
tão perto e o fim tão distante porque sinto o amor.
E sinto – como se pressente borboletas sonoras –
mesmo que em asas de movimentos leves e
sincronizados dessas bailarinas da Natureza.
E a arborização densa emite aromas que nos remetem
para o horizonte da felicidade onde reina o amor.

O baloiçar das folhas ao vento
faz parte do mesmo movimento
que leva as borboletas
e leva os sonhos
e conduz ao amor.

Vamos?

Nova Friburgo, 21 de Dezembro de 2010. (19h11min).

HOSPITALAR

A Marcos, Márcia, Manuela e Mariana

Tentei encontrar uma palavra
que definisse o que sinto neste
momento de desfrutar o carinho de vocês.
Não me veio outra senão hospitalidade.
Foi então que grudou-me no pensamento
o trocadilho hospitalar.
O lar de vocês foi para minha família,
nesta semana, tudo o que uma casa
e um hospital têm de bom:
Descanso, cura, repouso, pausa,
solidariedade, amizade, abrigo,
fraternidade, aconchego, ajuda,
assistência, amor.
Com vocês, pudemos conversar,
sorrir, estar juntos à mesa em
refeições apetitosas, nos divertir
com suas lindas filhas e
continuar sonhando com o amor,
com a vida, com os valores
da família e da Igreja.
Que neste momento em que completam
sete anos de vida conjugal,
a simbologia judaica da perfeição
para o número sete possa
levá-los à multiplicação interminável
de todas as coisas boas que
sentimos nestes dias.
E que além do “M” de Marcos,
Márcia, Manuela e Mariana,
se multiplique no lar de vocês
o “M” de maturidade, meditação,
misericórdia, motivação e musicalidade,
para que a família unida possa usufruir
das bênçãos dos Salmos 127 e 128.

São Fidélis, 17 de Julho de 2009. (17h23min).

LÁGRIMAS NO ODRE DE DEUS – (Salmo 56.8)

A Jesuan e Ariela Sol

Posso sofrer angústias impossíveis
E até atravessar vales de morte.
Posso derramar lágrimas constantes
Quais rios interiores de dor...
Mas estas angústias e aflições
Que Deus registra em seu livro
Ele as recolhe em seu odre.

Senhor! Sei que não me faltarão lágrimas,
Pois elas são parte da vida e da dor.
Sei que o choro sempre haverá
E isso provocará em mim o calor
Da inquietação angustiante do ser,
Da incerteza de nem sempre saber,
Onde vai dar o fim desta estrada...

Não te peço que me retires as lágrimas
Nem que estanques meu sofrer.
Se escreves em teu livro minhas dores
Receberei de tua Graça os favores
E aprenderei a prosseguir sem temer.
Só te peço que nesta minha vida pobre
Recolhas minhas lágrimas em teu odre.

Rio Bonito, 03 de Junho de 2009. (10h18min).