segunda-feira, março 24, 2008

PROSA EXISTENCIAL

Nunca li uma prosa tão rica
algo tão belo, pleno de amor.
Senti emanar perfume de flor
que ao meu coração adocica.

Li em seus olhos, olhar de paixão.
Em seus lábios, fluir de palavras.
Mirei o brilho d’oiro das lavras,
pepitas de amor em meu coração.

Você me fez sonhar o amanhã.
Sereno, a pensar: - Eu não mereço!
Mas como desejo, agora peço:

Um dia acordar, em bela manhã,
e ver seu lindo corpo ao meu lado.
Então sorrirei apaixonado!

Nova Friburgo, 07/01/2005 (7h55m).

A MUSA VISITANDO MEU FILHO

A Murilo Cardoso Soares

Meu filho, a Musa que te busca, e te faz escrever,
e faz parar o brinquedo, toda algazarra infante,
e te leva a espalhar, pela casa a todo instante
os papéis onde imprimes o que não podes deter.

É a Musa que acomete e toma conta daquele
que certo dia na vida viu algo além da matéria
e fez viagem nos sonhos de uma pureza etérea
amando um Universo que agora passa a ser dele.

Por isso, filho querido, assim que a Musa chegar
e em sua cabecinha sentir sonho se aninhar
e dentro, no coração, palpitar grande esperança!

Corre ágil para a mesa, toma caneta e papel
escreve logo um poema que anuncie seu céu
e deixe a alma fluir embalada de bonança!

Nova Friburgo, 06/01/2005 (7h42m)

DESEJOS ESPIRITUAIS

- Vai, Alma cansada das lutas do mundo,
em busca de alento, um pouco de paz...
Ao encontro de Deus, seu caminho refaz
buscando na vida um sentido profundo!

Ei-la peregrina e bem próxima a Deus,
da angústia se despindo diante do Amor.
No Sagrado buscando encontrar seu favor
para livre, serena, voar para os céus.

- E assim ao crente a Palavra falando,
em coração que ama o jeito mudando
e por fora presente um largo sorriso.

Essa alma voeja nos céus da comunhão
com um Deus que mora em seu coração
e antecipa na Terra o seu Paraíso!

Nova Friburgo, 02/01/2005 (7h55m)

RECOMEÇO

A água que corre
no leito dos rios;
que suave escorre
em filetes e fios;
que explode em cascata
ou se perde na mata;
que cumpre sua sina
em fúria assassina
ao encontro do mar...

É a água de sempre
que na fusão do doce
com o sal da praia
encontra seu jeito
não foge da raia.
Seu jeito singelo
de a vida amar!

A água que esquenta
que não dessedenta
que muda ao calor
e se suaviza
e se vaporiza
e some dos Oceanos
e sobe dos planos
ao encontro dos céus...

É a mesma que volta
em forma de chuva
que infla a uva
e fecunda o amor.
Na natureza solta
gotículas de sonhos
orvalhos nos campos
do amado Senhor!

No ciclo da vida
em líquido ou vapor;
e nas áreas glaciais
em sólido existir;
a água nos ensina
em constante labor
a ser - e nada mais!
E esperar o porvir.

Somos, e é o que basta
no fluir da existência.
Os dias em seu curso,
a busca da sobrevivência.
E cada hora nefasta
e cada dia de clemência
esperando o que vem adiante
neste nosso devir constante!

Nova Friburgo, 01 de janeiro de 2005 (9h15m)