Por
entre os edifícios da cidade
que
grossos pingos vertem estas nuvens?
É
a chuva tão esperada!
Há
um cinza dominante nestes céus
e
o firmamento despenca sobre a terra...
Cheiro
de terra molhada.
Rolos
de água, disputando bueiros.
Há
quem preocupe-se!
Nem
sempre os humanos
estão
preparados para tanta bênção...
Sobre
o que orávamos?
Pode
ser maldição o que se pediu
como
chuvas de bênçãos?
O
tempo de estiagem, a seca nos pastos,
a
baixa preocupante dos reservatórios,
a
morte dos animais, o racionamento indesejado...
Falta
d’água: ralo seco na pia.
Na
dor, clama-se pela utopia;
quando
da resposta, a murmuração...
Não
pensar, não refletir.
Deixa
a chuva molhar todo o corpo.
Chama
a chuva para uma dança tribal
e
saia pelo asfalto celebrando a fertilidade.
Santa
chuva,
que
rega, que banha, que revitaliza,
que
molha, que faz germinar o sonho:
eu
quero dormir esta noite ao som de Bach
tocado
pelos pingos de chuva na janela...
As
milhões de gotas de chuva
podem
ser as lágrimas tristes de Deus
pelo
afastamento do homem em seu pecado.
As
milhões de gotas de chuva
também
podem ser as lágrimas alegres de Deus
pela
aproximação do homem em suas orações.
Santa
chuva:
resposta
a sequidão moral da humanidade!
Josué Ebenézer –
Nova Friburgo,
31/12/2017 (06h17min).
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