sexta-feira, janeiro 26, 2018

ELEGIA PARA UM SONHO EM OLARIA

A adolescência morre como o fim de um sonho.

Resta um sorriso tímido, sensível como ave,
neste coração onde toscas choupanas querem soçobrar.

E a adolescência morre como este sonho do meu lugar.
Sensivelmente suave.
É melancólica a morte de um tempo
onde o irrealizado traz saudades lacrimosas
e as amizades perdidas são pássaros soltos na floresta da vida.

Vaidade... o ser como vaidade do existir.

A existência risca o fósforo da adolescência
e a caixa da vida perde mais um palito.

Há lágrimas no meu olhar,
porque meu coração sente saudades
do não vivido que se foi
e tem medo do que ainda não veio...

Minha Olaria não possui mais fornos
e nela não crepitam mais tijolos na lenha.
Mas eu sinto que há muito que erguer
no edifício da minha vida.

Meu bairro tão sem alma, tão sem luz
eu já me fui em janeiro
para as surpresas do Rio de Janeiro...

Deixei para trás essa adolescência
e no Oceano da vida mergulhei,
Os círculos concêntricos formados
ainda espiralam incertezas.

Josué Ebenézer Nova Friburgo,
19/01/2018 (12h02min).

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