Eu devia ser friburguense;
por uns meses não me tornei.
Nascer na serra, entre
eucaliptos,
sentir o cheiro dos
pinheiros, saborear uvas do Pará,
ser uma mistura de
morangos silvestres e pitangas vermelhas.
(Nascer trepado na
esperança como as jabuticabas do meu lugar...)
Eu devia ter nascido aqui
onde os caquis aguçam o
prazer do sabor.
Eu devia ter nascido
nestes vales
emoldurados por montanhas
verdes
onde os sorrisos
acompanham as gentes.
Volta e meia me pego a
pensar
no Alto do Garrafão, em
Macaé de Cima,
e as caminhadas mentais
refazem as caminhadas
reais do passado...
Penso em Conquista, nos
Ferreiras e
na minha Cascatinha onde
índio fui um dia.
E em mim espumeja esta
taça de alegria
em que gestos recordados
trazem à tona um turbilhão
de emoções,
nas esmeraldas e rubis,
dos tesouros do meu viver.
Segunda-feira.
Sol quente e eu no terraço
empinando pipas.
Brincam cores no ar.
No artifício das cores do
papel de seda
há um céu azul cobrindo a
minha vida.
Brincam cores no ar,
brincam pipas.
Semana inteira.
(Eu devia ser friburguense
de nascimento,
mas em meio ao verde de
minha serra, e de minha alma,
eu sou friburguense de
coração...)
Josué
Ebenézer – Nova Friburgo,
19/01/2018 (11h40min).
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