À Noemi Cardoso Soares em seus 18 anos
2018:
Cinquenta
anos do ‘É proibido proibir!”
Dezoito
anos de minha filha Noemi.
Anos
são marcantes em nossas vidas.
Certos
anos são marcantes numa geração.
Certos
ditos marcam épocas.
Certas
falas somem da história.
Pessoas
deixam marcas ou
simplesmente
desaparecem...
Caetano
Veloso eternizou o
“é
proibido proibir”
em
sua canção de
1968:
“Eu
digo não ao não.
Eu
digo.
É
proibido proibir.
É
proibido proibir.
É
proibido proibir.
É
proibido proibir.”
Isso
não vai parar não?
Parou.
Naquela
época
ele
repetiu na canção
o
famigerado jargão
da
música-hino
contra
a censura
contra
a ditadura...
Os
anos passam.
Mudam-se
as ideias.
O
vento sopra onde quer.
E
o que era já não mais é...
Só
enxerga
quem
tem ouvidos para ouvir
e
vontade de entender.
Caetano
ficou enraivecido
com
os jovens que o vaiaram:
“Os
jovens não entendem nada.
Querem
matar amanhã
o
velho inimigo
que
morreu ontem”...
Ah,
como estas ideologias
são
mesmerizações do espírito humano:
feitiços
castiços da alma sem paz.
Tanto
a esquerda como a direita matam...
...e
morrem!
Ah,
nada como o tempo!
Tempus fugit!
Virgílio
já falava em suas Geórgicas:
“Sed fugit interea
fugit irreparabile tempus”.
"Mas ele foge:
irreversivelmente o
tempo
f o g e".
Não é à toa
que se reproduz por ai,
tresloucadamente,
a expressão
de autoria desconhecida
(mais para ditado popular)
que,
porém, é impecável:
“O
Tempo é senhor da Razão!”
E,
não nos esqueçamos:
Deus
é o Senhor do Tempo!
Caetano,
hoje, é a favor da censura.
Pode
isso, Arnaldo?
Pode.
Vivemos
a era do tudo pode:
proibir
ou deixar de proibir;
parar
de proibir e depois voltar atrás...
Caetano
é outro.
Juntou-se
aos que são contra
as
biografias sem autorização.
Isso
é censura prévia.
E
tem mais artistas que embarcaram nessa.
Todos
seguem um Rei:
Roberto
Carlos,
o
rei da farsa biográfica...
Como
disse Ruth de Aquino:
“são
músicos brilhantes,
mas
péssimos legisladores.”
Tem-se
o direito
de
ser e se fazer
o
que se quiser nesta vida...
Mas,
lembre-se:
“Cada
qual
vai
dar contas
de
si mesmo
à
Deus!”
Tem-se
o direito
até
de mudar de lado...
Mas,
por favor,
mude
para o melhor.
Encontre,
pelo menos, o lado bom da vida.
Saia
do pior para o melhor;
não
faça o caminho inverso.
1968:
o
ano da Primavera de Praga!
Revolta.
Jovens
na rua.
Protestos.
A
busca da liberalização política
da
União Soviética opressora.
A
Tchecoslováquia
não
aguenta mais...
Milan
Kundera.
Quem
dera
que
todos sonhos sonhados,
(quem
dera)
fossem
de fato alcançados...
O
escritor se envolveu na
Primavera
de Praga:
A
Insustentável Leveza do Ser!
A
vida é um rascunho de si mesma:
Os
anos passam rápido.
Mudam-se
ou fixam-se as ideias.
O
vento sopra e sopra onde quer.
E
o que era de um jeito, daquele jeito mais não é...
Só
enxerga
quem
tem ouvidos para ouvir
e
vontade de entender corretamente...
A
vida foge entrededos.
Como
água que não se agarra com as mãos.
Quantas
gerações não entenderam
que
a Água Viva
não
sai de um poço fundo
mas
é servida em êxtase?
(metafisicamente)
O
mistério insondável
de
nunca mais voltar a ter sede...
Milan
Kundera entendeu a frágil natureza:
do
que se chama por aí de destino,
dos
loucos anos que se vive,
da
tão sonhada liberdade humana...
1968
- 18 = 1950:
O
Brasil quer se reposicionar diante do mundo.
E
certos acontecimentos marcam a História:
Em
Tanguá, Rio de Janeiro,
– um trem cai numa ponte –
matando
mais de mil passageiros...
Ocorre
a tão sonhada Copa do Mundo,
e
o Maracanã vive silêncio profundo...
Inaugura-se
a Tevê Tupi,
a
primeira emissora tupiniquim...
Getúlio
Vargas em eleição idílica
torna-se
presidente da República...
Tudo
isso seria só grandioso,
se
não o fosse também penoso:
Junto
com o trem de triste memória
o
Brasil perdeu sua malha ferroviária.
O
Brasil perde a final para o Uruguai;
drama,
que da memória, não mais sai...
Inaugura-se
a Era da Vênus Platinada
e
o país se faz vil pornochanchada.
Com
um tiro no coração Vargas se vai
sai
da História quem dos pobres fez-se pai...
Vargas
gerou Juscelino...
Os
anos cinquenta precisavam de um mito.
Juscelino
Kubistchek.
O
Brasil quer crescer!
Quer
deixar de ser:
O
Gigante Adormecido!
Quer
aproximar o Futuro.
Invadir
o Presente de Realidade.
Deixar
de ser apenas Sonho.
Avançar.
Expandir-se.
Modernizar-se.
Ser
Presente:
um
País que faz diferença
na
História do Mundo!
50
anos em 5...
Mas,
a ditadura estava
logo
ali na esquina do progresso...
E,
1964 gerou 1968:
“O
Ano Que não Terminou”
Zuenir
Ventura enxergou...
O
conturbado ano,
que
mexeu com o mundo,
sacudiu
o Brasil.
O
mundo dá muitas voltas.
Cada
geração vive as conquistas
das
gerações anteriores;
vive
as consequências, de suas lutas.
Cada
geração vive as consequências
de
suas escolhas e,
deixa
legados...
Anos
sintetizam ideias
e
resumem desesperos...
Nada
é como se aparenta.
É
insustentável a leveza das ideias
e
sonhos desmoronam-se mais rápido
do
que se realizam...
Filhos
de pais liberais são caretas.
Jovens
querem contrapor modelos
e
apresentar alternativas nem sempre viáveis.
Revoluções
vêm da mente,
mas,
revoluções também vêm do coração.
A
revolução do amor trouxe:
a
pílula anticoncepcional,
a
liberalização da mulher,
o
feminismo,
o
sexo livre,
a
camisinha,
Woodstock
Lolita
e
Wladimir Nabokov.
Além
do pop star maluco
que
se disse
mais
famoso que o Cristo
e
morreu assassinado...
2018:
Cinquenta
anos do ‘É proibido proibir!”
Dezoito
anos de minha filha Noemi.
Anos
são marcantes em nossas vidas.
E
anos são mais marcantes ainda
quando
os construímos com dedicação.
De
certos anos fazemos despedidas
se
não quisermos ficar na berlinda
Entre
erros e acertos duma geração.
Certos
ditos marcam épocas.
Certas
falas somem da história.
Pessoas
deixam marcas ou
simplesmente
desaparecem...
Caetano
Veloso eternizou o
“é
proibido proibir”
em
sua canção de
1968:
“Eu
digo não ao não.
Eu
digo.
É
proibido proibir.
É
proibido proibir.
É
proibido proibir.
É
proibido proibir.”
Isso
não vai parar não?
Parou.
Anáforas
cansam.
Como
cansa a repetição do erro,
a
permanência no pecado.
Dezoito
anos...
A
idade
(ah,
a bela idade)
que
se convencionou
ser
da maioridade...
Um
passe livre para o mundo...
O
mundo ao alcance das mãos,
o
sonho projetado na vida.
A
realidade é nua e crua.
O
ser livre
para
comandar os próprios destinos
é
doce ilusão!
(Que
por prática destoante
pode-se
tornar amarga...)
O
conceito de liberdade
é
o conceito mais belo que já se viu...
...e,
também, o mais mentiroso!
A
dubiedade é sua marca!
Usa-se
a pretensa liberdade para
ferir
o próximo e a existência.
O
ser humano quer uma liberdade que não existe.
Jesus
veio reescrever este verbete,
mas
os dicionaristas ainda não se converteram:
“se
pois o Filho vos libertar,
verdadeiramente
sereis livres...”
Minha
pequena Noemi:
Agradável
é o seu nome.
Não
se envolva com esta geração do mi-mi-mi.
Neste
emblemático 2018,
para
o Brasil e você
que
você consiga perceber
que
todas as coisas são lícitas
que
tudo é possível ao que crê
mas
que nem todo legal é moral
e
que nem tudo convém
se
queres de Deus o Amém!
Josué
Ebenézer – Nova Friburgo,
09/01/2018 (07h56min).
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