Assim que nasceu o Teófilo
O pai cobrindo-o com pano
Quis fazer do filho um sacro
Tinha medo do profano.
Levou-o pra Igreja logo,
Antes de completar ano
Queria-o perto do sacro
E bem longe do profano.
O menino desde cedo
Nem sonhava com o arcano
Acostumado com o sacro
Nem sabia do profano.
Mas o menino crescendo
Conviveu com o mundano
Desconfiando do sacro
Interessou-se no profano.
Este foi um risco claro
Para o qual não teve plano
Esquecendo-se do sacro
Atolou-se no profano.
A música cativou o moço
Mas nada a ver com o piano
Este, um instrumento sacro,
Queria algo mais profano.
Assim aos poucos Teófilo
De um coração espartano
Não mais conhecia o sacro
Só queria saber do profano.
Até que naquele simulacro
Percebendo entrar pelo cano
Sentiu saudades do sacro
Desgostou-se com o profano.
E Deus que socorre o fraco
Com amor do qual me ufano
Tornou-o amante do sacro
Esquecido do profano.
Nova Friburgo, 22/10/2004(8h15m).
sábado, dezembro 22, 2007
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