A Naim Rocha
Umas vozes suaves,
Que me vêm de longe
E encantam, abrandam,
Os dias cruéis...
Não são tão suaves:
São como as aves
Que com espalhafato
Batendo suas asas
Aos bandos voejam
Por aí!
Os sorrisos de criança
Junto ao vidro do carro
Assustam e espantam
Na avenida...
Não são tão sorrisos:
São traços nervosos
Nem sempre ditosos
Querendo vender
Mariola e bala
Pra um qualquer!
As piscadas vermelhas
Do sinal de trânsito
Espalham centelhas
No cruzamento...
Não são tão vermelhas:
São advertências puras
De um perigo à vista
Que quem tá na pista
Conhece quem fura
O sinal e a vida!
Os sons das buzinas
Dos carros detrás
Espalham algazarra
Na cidade...
Não são tão sons:
São bofetadas no rosto
E quem tá disposto
À vida prosseguir
Esquece o barulho
Imagina canções!
Os guardas no rush
A pista estreita
Passagem apertada
Na blitz...
Não são tão guardas:
São coletores de ódio
A partir de seu ócio.
Não há segurança
Há medo e revolta
Gastança!
Nova Friburgo, 04/04/2004 (7h26m).
quinta-feira, novembro 08, 2007
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