A multidão
esconde o indivíduo
e não duvido
que a solidão
se esconde
na multidão.
Pessoas
caminham pelas calçadas
e o
formigueiro humano
sinaliza o
frenesi,
a barbárie
urbana,
a
coisificação da vida,
a explosão
que pode acontecer
nos mundos
interiores,
dessa
polvorosa e cardíaca
angústia
existencial.
Mentes onde
habitam sonhos,
pensares
sofridos,
desejos
incontidos;
pés que
caminham desesperanças;
mãos que já
não agarram possibilidades,
deixam
escapar a Água da Vida,
que se esvai
entre dedos dormentes
sem jeito
mais para a arte do viver.
Da praça
principal da cidade
sobem, em
nuvem, pombas brancas
e o meu
coração columbófilo
enxerga nela
o aceno de paz da natureza
aos perdidos
humanos da city.
Josué
Ebenézer – Nova
Friburgo,
15/01/2017 (20h11min).
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