Mergulhado
na cidade
sinto-me
sufocado pelos edifícios
que tomam o
espaço do céu
arranhando
meu sentimento,
minhas
origens do campo.
Estou
totalmente em descompasso
com a pressa
da cidade.
Sou presa
fácil para os gatunos,
alvo laranja
para os pivetes,
ímã para
batedores de carteiras
e toda esta
horda malévola
que habita
as urbis.
Meu
estereótipo é de um inadequado.
Olho para o
alto e os edifícios que
apontam os
céus e escondem o azul
entontecem-me
e quase caio
na vertigem
da urbanidade envolvente.
Abobalhado,
caminho olhando
pra tudo e
pra nada:
é a
descoberta da metrópole,
a cidade
grande e seus mistérios
arquitetônicos.
A
confluência das ruas,
as esquinas
abarrotadas,
os camelôs
circenses,
o samba do
crioulo doido
das pessoas
se evitando
e
suplantando-se
no ir e vir
da cidade viva.
Há uma
poesia subjacente
nesta louca
existência urbana.
Parece que
as gentes não vivem,
mas
deixam-se conduzir
pela
engrenagem citadina;
esta máquina
de engolir vidas
e fazer
perder a lubrificação
da existência
que um raio de sol,
um simples
raio de sol do meio-dia,
pode
oferecer ao coração.
Josué
Ebenézer – Nova
Friburgo,
15/01/2017 (06h03min).
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