domingo, março 23, 2014

TRÊS POEMAS

1.
Como vento no rosto suado
uma árvore na barriga,
canavial florido nos rins.

Como uma suave
esperança verde
à beira insônia,
ao limite da mente.

2.
Os olhos abertos,
as íris
dilatadas.

Há um arco-íris
que se avista
no teu olhar, o sonho
fotográfico
nos reflexos, fios
de luzes
quais caminhos, de futuro,
uma visão.

3.
Dedos passeiam nervosos
pelas linhas do livro antigo.
                      Mais que clássico.
Os teus pensamentos viajam
como pássaros de estação. A profecia
escondida nas letras sapienciais,
oráculos divinos.
                      As palavras
se conhecem, produzem mensagem,
mas o teu coração (e tantos outros)
só compreende o que quer ouvir
e, infelizmente, é pouco.
O livro se fecha
                     e, agora, são os passos
                     claudicantes....


Josué Ebenézer – Nova Friburgo,

22 de Março de 2014 (07h20min).

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